O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS) preste informações à Polícia Federal (PF) notícia sobre uma ligação telefônica entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O contato teria se dado antes de seu depoimento como testemunha na ação penal (AP) 2668 que trata da suposta tentativa de golpe.
A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e a PF deve colher o depoimento do senador em até 15 dias.
Mourão e Bolsonaro teriam conversado sobre respostas no depoimento
De acordo com a PGR, uma notícia publicada pela imprensa informou que, na ligação telefônica, Mourão e Bolsonaro “teriam conversado sobre respostas que a testemunha apresentaria em seu depoimento judicial, ocorrido em 23/5/2025″. O senador foi uma das testemunhas de defesa indicadas por Bolsonaro, réu na ação penal sobre a tentativa de golpe.
Ainda segundo a PGR, a matéria diz que Bolsonaro teria pedido a Mourão que reforçasse em seu depoimento “nunca ter ouvido qualquer menção do ex-presidente sobre algum tipo de ruptura institucional”.
O objetivo da oitiva, segundo a Procuradoria, é verificar “a veracidade e a extensão dos fatos” e se houve constrangimento, intimidação ou “qualquer forma de coação” para pressionar o senador em seu testemunho.
Mourão negou plano golpista
Durante a audiência no Supremo Tribunal Federal no dia 23 de maio, Hamilton Mourão negou ter participado de qualquer reunião para discutir estado de exceção ou plano golpista. Em depoimento, o senador afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro “em nenhum momento mencionou qualquer medida que tentasse o estado de ruptura” e que estava “abatido” logo após a derrota eleitoral de 2022.