Da redação
O Supremo Tribunal Federal (STF) continua a ouvir nesta quarta-feira (23), as testemunhas do Núcleo 3 da Ação Penal (AP) 2696, que apura a suposta tentativa de golpe de Estado. As audiências são realizadas por videoconferência sob a condução da juíza Luciana Sorrentino, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Nesta terça (22), foram ouvidas cinco testemunhas indicadas pela defesa do réu Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército. A magistrada, que atua no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, conduziu os trabalhos com a participação de representantes do Ministério Público e advogados de defesa dos réus, seguindo os ritos processuais estabelecidos para casos de grande repercussão nacional.
Familiares e colegas prestam depoimento
Entre as testemunhas ouvidas estão o tenente-coronel Fábio Matheus do Amaral e o delegado Celso Antônio Vieira de Paiva Júnior, ambos indicados para esclarecer aspectos da conduta profissional do réu. A defesa também apresentou testemunhas do círculo pessoal de Hélio Ferreira Lima, incluindo seu filho Davi Alecrim Ferreira Lima e Andressa Silva Costa, descrita como amiga da família.
Além das testemunhas específicas da defesa de Hélio Ferreira Lima, foi ouvido o delegado da Polícia Federal Fábio Shor, caracterizado como testemunha comum às defesas dos demais réus.
Núcleo 3 acusado de ações táticas do golpe
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Núcleo 3 é composto por militares da ativa e da reserva do Exército, além de um agente da Polícia Federal. O grupo teria sido responsável pelas ações táticas do suposto plano golpista que visava impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores.
A acusação formal apresentada pelo Ministério Público aponta que os integrantes deste núcleo teriam planejado e executado medidas concretas para interromper o processo democrático de transição de governo. As investigações indicam uma estrutura organizada, com divisão de tarefas específicas entre os diferentes grupos envolvidos na conspiração.
Interrogatório do Núcleo 2 marcado para quinta-feira
O cronograma processual prevê que na quinta-feira (24) será realizado o interrogatório dos réus do Núcleo 2, objeto da Ação Penal 2693.
O interrogatório dos réus constitui ato processual fundamental, garantindo o exercício pleno do direito de defesa e do contraditório. Durante esta fase, os acusados podem esclarecer pontos controversos, contestar evidências apresentadas pela acusação e fornecer informações que considerem relevantes para sua defesa.