Da Redação
A Justiça trabalhista de Campinas (SP) homologou um acordo de conciliação no valor de R$ 18 milhões, envolvendo a empresa Teka Tecelagem Kuehnrich S/A, em recuperação judicial, e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem em Geral de Campinas e Região. A negociação vai beneficiar mais de 1.500 trabalhadores que aguardavam há cerca de 12 anos pelo desfecho de ações trabalhistas nas quais são partes.
Conforme formalizado, o acordo beneficiará cada trabalhador com o pagamento inicial de R$ 10 mil. E, para créditos acima desse valor, com pagamentos em 36 parcelas do montante total. Ficou acertado que o pagamento inicial no valor de R$ 18 milhões será feito com fundos existentes em contas judiciais dos autos da Recuperação Judicial nº 0023674-23.2012.8.24.0008, considerando processos em trâmite.
Espera de mais de 12 anos
Para o juiz Caio Martins, responsável pela homologação, a proposta foi construída a partir da posse da nova gestão da empresa, em junho de 2025, que “demonstrou seu compromisso e intenção de quitar os débitos trabalhistas que se arrastam há mais de 12 anos”.
O magistrado afirmou ainda que as partes “buscam um acordo equilibrado que viabiliza o soerguimento da empresa e, ao mesmo tempo, garante o pagamento digno dos direitos dos trabalhadores”.
‘O melhor possível’
A juíza Fernanda Constantino de Campos, outra que participou da conciliação, afirmou que o acordo representou esforço conjunto realizado por patrões e trabalhadores, “unindo interesses da empresa e dos empregados”.
“Às vezes o acordo não é o ideal, mas o melhor e possível para o caso, capaz de entregar aos credores agora, e não daqui a 10 anos, valores que podem representar a possibilidade de mudança de vida e interromper o fluxo de litígio de anos”.
Centro Judiciário
Os dois magistrados são, respectivamente, coordenador e a supervisora do Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas da Justiça do Trabalho (Cejusc-JT) de 1º Grau de Campinas.
A homologação foi considerada emblemática para os Tribunais Regionais do Trabalho da 12ª e 15ª regiões, onde tramitam processos sobre o tema.
— Com informações do TRT-15