O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi assassinado na tarde desta segunda-feira (15), no bairro Mirim, em Praia Grande, litoral sul paulista. Conhecido por sua atuação firme contra o crime organizado, especialmente o Primeiro Comando da Capital (PCC), ele estava licenciado da Polícia Civil e ocupava o cargo de secretário da Administração Municipal desde 2023.
Testemunhas relataram que homens armados dispararam contra o ex-delegado com fuzis de grosso calibre. Os autores do crime fugiram em uma SUV preta, o que desencadeou uma perseguição com agentes da guarda civil municipal, segundo informações preliminares divulgadas pela imprensa.
Ex-delegado acumulava histórico de enfrentamento ao crime organizado
Ruy Ferraz teve uma longa trajetória na segurança pública, destacando-se pela linha dura no combate às facções criminosas. Durante sua gestão como delegado-geral da Polícia Civil paulista, ganhou notoriedade por enfrentar diretamente o PCC, sendo apontado como um dos principais articuladores de operações que miravam integrantes da cúpula da organização criminosa.
Sua atuação firme lhe rendeu reconhecimento institucional, mas também o colocou na mira de criminosos. O histórico de ameaças recebidas por Ferraz ao longo dos anos sempre foi tratado com seriedade por forças de segurança e autoridades do estado.
Crime executado em área residencial e em plena luz do dia
O assassinato ocorreu em plena luz do dia, em uma região residencial da cidade. O uso de armamento pesado e a ousadia dos criminosos — que abriram fogo em via pública — chamaram a atenção de moradores e elevaram a sensação de insegurança na cidade, que já vinha enfrentando desafios com a presença do crime organizado.
As autoridades locais não divulgaram, até o momento, se havia escolta no momento do ataque ou se o ex-delegado estava sozinho. A polícia instaurou inquérito para investigar a motivação do crime, mas não descarta ligação direta com sua atuação passada na repressão ao PCC.
Ruy Ferraz estava na política municipal desde 2023
Após se afastar da Polícia Civil, Ferraz passou a atuar na administração pública de Praia Grande, onde ocupava o cargo de secretário da Administração. A prefeita da cidade ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas fontes da gestão confirmaram o luto oficial de três dias no município.
O crime acontece em um momento de tensão crescente entre forças de segurança e organizações criminosas no estado. A morte de uma figura tão emblemática acende o alerta sobre a escalada da violência e a capacidade de atuação das facções, mesmo fora dos presídios.
Investigação mobiliza autoridades estaduais e federais
Dada a repercussão do caso e o histórico da vítima, a expectativa é de que as investigações envolvam não apenas a Polícia Civil de São Paulo, mas também forças federais. Ainda não há confirmação oficial sobre apoio da Polícia Federal ou da Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas a gravidade do caso pode justificar esse tipo de cooperação.
A morte de Ruy Ferraz levanta questões sobre a proteção de ex-agentes públicos que enfrentaram diretamente o crime organizado e os riscos que permanecem mesmo após sua saída da linha de frente.