Novo depoimento de Braga Netto à PF depende da análise de material apreendido

Há 1 ano
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O general de Exército da reserva Walter Souza Braga Netto só vai prestar novo depoimento à Polícia Federal, após exame do material apreendido no momento da prisão. Entre os objetos e documentos apreendidos está o celular do general. A partir da análise desse material, a PF decidirá se é necessário voltar a ouvi-lo. 

Um dos principais focos da PF é identificar os financiadores da tentativa de golpe. Os investigadores buscam a origem do dinheiro que, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, foi entregue por Walter Braga Netto para supostamente financiar o plano golpista.

Braga Netto foi preso neste sábado (14.12),  no Rio de Janeiro, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele foi encaminhado à Vila Militar Deodoro, onde ficará detido na 1ª Divisão do Exército, unidade subordinada ao Comando Militar do Leste (CML), por prazo indeterminado. 

Moraes atendeu pedido da PF após parecer favorável da Procuradoria Geral da República. O ministro também autorizou busca e apreensão no caso do greneral e do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto. Ambos são suspeitos de envolvimento em tentativa de golpe de Estado e acusados de obstrução de Justiça por tentar atrapalhar as investigações sobre o golpe.

Ao analisar pedido da PF, Moraes apontou que as investigações da operação Contragolpe e depoimentos do colaborador Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demostrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”.

O ministro determinou ainda a proibição de contato com outros investigados e ordenou a retirada do sigilo da decisão, da representação da Polícia Federal e do parecer da Procuradoria Geral da República.

Prisão preventiva

A prisão preventiva é uma medida cautelar decretada pela Justiça no curso de um processo criminal, para assegurar o andamento regular das apurações e evitar prejuízos ao processo. Depende de alguns requisitos que estão previstos no artigo 312 do Código de Processo Penal.

Esse tipo de prisão não tem prazo definido, mas deve ser reavaliada pela Justiça a cada 90 dias. No caso do general Braga Netto, a prisão foi decretada após a PF argumentar que sua liberdade poderia representar risco à ordem pública, já que ele teria condições de interferir na investigação.

Defesa

A defesa do general Braga Netto divulgou nota no sábado (14.12), onde afirma que não houve qualquer obstrução às investigações.

“Com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, declarou a defesa, em nota assinada pelos advogados Luis Henrique César Prata, Gabriella Leonel Venâncio e Francisco Eslei de Lima.

 

 

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