Daniel Bialski deixou a defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) momentos após ela anunciar que saiu do Brasil rumo à Itália para escapar de possível prisão. O criminalista, especialista em casos de grande repercussão, alegou não ter sido informado sobre a fuga da parlamentar condenada pelo STF a dez anos de prisão.
Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal pelos crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do CNJ. O relator do caso foi o ministro Alexandre de Moraes.
A deputada confirmou ter deixado o país sem avisar seu advogado. “Não falei para o meu advogado, e isso dá motivo suficiente para ele deixar o caso”, declarou Zambelli à CNN.
Fuga estratégica para território italiano
A parlamentar bolsonarista afirmou possuir passaporte italiano e estar protegida pela cidadania europeia. “Podem colocar Interpol atrás de mim, eles não me tiram da Itália”, desafiou a deputada.
Zambelli alegou ter saído do Brasil para tratamento médico nos Estados Unidos. Posteriormente, planeja se estabelecer na Itália, onde os custos de saúde seriam menores.
A princípio ficará baseada em Roma, mas pretende se mudar para o interior italiano. A deputada informou que pedirá licença da Câmara dos Deputados para se ausentar das atividades parlamentares.
Histórico do advogado em casos polêmicos
Daniel Leon Bialski se formou em Direito pela PUC-SP em 1992 e conquistou mestrado em Processo Penal em 2008. Tornou-se sócio do escritório paterno, hoje chamado Bialski Advogados Associados.
O criminalista já defendeu figuras controversas como o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Também representou o técnico de futebol Cuca em processos criminais.
Recentemente, Bialski havia deixado a defesa de Michelle Bolsonaro no caso das joias presidenciais. Assumiu o caso em 14 de agosto, mas se retirou oito dias depois, alegando “comum acordo”.
Pedido de prisão preventiva
A Procuradoria-Geral da República solicitou a prisão preventiva de Zambelli após o anúncio de sua fuga. O pedido foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, que deve decidir sobre a medida cautelar.
O caso ganhou nova dimensão com a saída do país da deputada. Autoridades brasileiras avaliam medidas para garantir o cumprimento da decisão judicial.
Bialski é membro do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e foi vice-presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-SP. Além da advocacia, exerceu cargos de liderança em instituições judaicas e no Corinthians.