paisagem amazônica retrata rios e matas brasilerias

Aportes ao fundo das florestas ultrapassam US$ 5,5 bi e colocam Brasil na metade da meta para a COP30

Há 2 meses
Atualizado sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Noruega, Indonésia e França se somam ao Brasil e ajudam a destravar instrumento financeiro que promete mudar paradigma da preservação climática

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (6), durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém, que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) já superou a marca de US$ 5,57 bilhões em aportes públicos — mais da metade da meta estabelecida de US$ 10 bilhões até o fim de 2026. A iniciativa é considerada a principal aposta brasileira para consolidar um novo modelo de financiamento climático.

Além do Brasil, que havia anunciado US$ 1 bilhão em setembro, outros três países confirmaram sua adesão nesta quinta: a Indonésia, com US$ 1 bilhão; a Noruega, com US$ 3 bilhões; e a França, com € 500 milhões (cerca de US$ 557 milhões). Portugal também anunciou, mais cedo, um aporte simbólico de € 1 milhão.

Meta pode ser alcançada antes do prazo

Embora o objetivo inicial seja atingir US$ 10 bilhões até a transição da presidência da COP para outro país, em 2026, Haddad afirmou que a expectativa é alcançar esse montante ainda em 2025. O avanço foi comemorado pelo governo brasileiro como um marco histórico.

“Pela primeira vez numa COP, um instrumento de solução ambiental pode efetivamente sair do papel”, disse Haddad. Ele classificou os aportes como “auspiciosos” e sinalizou otimismo com os próximos anúncios, entre eles o da Alemanha, previsto para esta sexta-feira (7).

Modelo inovador atrai apoio de mais de 50 países

O TFFF difere dos tradicionais fundos ambientais porque não opera com base em doações, mas sim em investimentos com retorno financeiro. Os valores captados serão aplicados em um portfólio de ativos e títulos, cuja rentabilidade será parcialmente destinada aos países com florestas tropicais, para ações de preservação e reflorestamento.

A estimativa é que os US$ 10 bilhões iniciais em recursos públicos possam alavancar até US$ 125 bilhões, com a entrada de capital privado. Para isso, segundo Haddad, será necessário atingir pelo menos US$ 20 a 25 bilhões em verbas públicas.

Engajamento internacional cresce

Durante almoço reservado promovido pelo presidente Lula com líderes de países tropicais, o documento oficial do TFFF foi lançado e endossado por 53 países, entre eles Alemanha, Japão, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos e Áustria. A União Europeia também está entre os apoiadores.

O embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Clima e Meio Ambiente do Itamaraty, confirmou que esses países agora são considerados potenciais investidores do fundo. Já o Reino Unido declarou apoio político e afirmou que irá divulgar a proposta globalmente.

Próximos passos e operação do fundo

Apesar dos compromissos firmados, os valores ainda precisam ser formalizados por meio de documentos oficiais, detalhando prazos e condicionantes. Segundo o subsecretário do Ministério da Fazenda, João Paulo de Resende, o fundo só poderá se tornar operacional após o depósito dos US$ 10 bilhões iniciais.

Lula também destacou que espera o engajamento de bancos multilaterais, como o Novo Banco de Desenvolvimento (do Brics) e o Banco Africano de Desenvolvimento, além de outros bancos regionais. A governança do TFFF prevê paridade entre países investidores e países de florestas, o que tem sido elogiado por entidades internacionais.

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