O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, classificou como “estarrecedoras” as notícias sobre o plano para um golpe de Estado, investigado pela Polícia Federal. Segundo o ministro, o país esteve muito próximo do inimaginável.
“Nós amanhecemos com notícias estarrecedoras sobre uma possível tentativa de golpe que teria ocorrido no Brasil após as últimas eleições presidenciais. As investigações ainda estão em curso e é preciso aguardar a sua evolução. Mas tudo sugere que estivemos mais próximos do que imaginávamos do inimaginável”, afirmou.
As declarações foram feitas nesta terça-feira (19/11), durante sessão ordinária do Conselho Nacional de Justiça, que é presidido por Barroso. O ministro ressaltou que o golpismo e o atentado contra as instituições representam a “expressão de um sentimento antidemocrático e do desrespeito ao Estado de Direito. Nós estamos falando de crimes previstos no Código Penal”.
Barroso afirmou também que o país já superou os ciclos do atraso, “mas é preciso empurrar para a margem da história comportamentos como esses que estão sendo noticiados pela imprensa, que são uma desonra para o país”.
O presidente do STF destacou, ainda, a independência e autonomia das instituições. “A investigação está sendo conduzida com muita seriedade pela Polícia Federal. Temos uma Procuradoria-Geral da República independente e o Poder Judiciário vai julgar conforme as leis e a Constituição”, concluiu.
Nesta terça-feira (19/11), a Polícia Federal realizou a operação Contragolpe para desarticular uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado e as execuções do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O objetivo era impedir a posse de Lula em janeiro de 2023. Quatro militares do Exército Brasileiro e um policial federal foram presos.