O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista ao chegar ao Supremo Tribunal Federal e voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas. Ele afirmou não ter sido o primeiro político a desconfiar do sistema eleitoral brasileiro e citou outros nomes que também manifestaram críticas ao equipamento.
Bolsonaro mencionou políticos como Leonel Brizola, José Sarney e Flávio Dino como predecessores nas críticas às urnas. O ex-presidente destacou que sua participação no debate sobre o tema foi posterior a outros questionamentos.
A declaração ocorreu em meio aos interrogatórios da ação penal que investiga suposta tentativa de golpe. O ex-presidente mantém posicionamento crítico ao sistema eleitoral mesmo durante processo judicial no STF.
Histórico de questionamentos
“Quando apareceu o 90 e pouco eu gostei. Depois o Brizola foi contra, o Zé Liceu foi contra, Flávio Dino foi contra, eu entrei na briga”, declarou Bolsonaro à imprensa no STF.
O ex-presidente mencionou aprovação de emenda sobre o tema durante seu mandato parlamentar. Segundo ele, a proposta foi vetada pela então presidente Dilma Rousseff posteriormente.
“Aprovei uma emenda, Dilma vetou, foi derrubado por uma maioria até a voto do PT”, completou Bolsonaro. A fala busca demonstrar que outros políticos também questionaram o sistema eletrônico anteriormente.
Contexto atual
As declarações ocorreram no mesmo dia dos primeiros interrogatórios sobre tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro chegou ao STF enquanto seus ex-colaboradores prestavam depoimentos sobre os eventos investigados.
O ex-presidente mantém discurso questionando legitimidade do sistema eleitoral brasileiro desde as eleições de 2022. Suas falas integram investigação sobre ataques às instituições democráticas do país.
A menção a outros políticos busca relativizar suas críticas ao sistema de votação eletrônica. Bolsonaro tenta demonstrar que questionamentos às urnas não são exclusividade de seu governo.
Repercussão política
As novas declarações devem gerar debates entre apoiadores e críticos do ex-presidente nas redes sociais. Governistas tendem a interpretar as falas como continuidade de ataques ao sistema democrático brasileiro.
Bolsonaristas provavelmente usarão as citações para defender legitimidade das críticas às urnas eletrônicas. A estratégia busca normalizar questionamentos ao processo eleitoral através de precedentes históricos.
O STF analisa se as declarações sobre urnas configuram ataques às instituições democráticas. O caso integra investigações mais amplas sobre tentativa de golpe de Estado no país.
Desdobramentos
Os interrogatórios no STF seguem com depoimentos de outros investigados nos próximos dias. As declarações de Bolsonaro sobre urnas podem ser incorporadas aos autos do processo.
A defesa do ex-presidente busca demonstrar que questionamentos eleitorais têm precedentes na política brasileira. A estratégia visa reduzir gravidade das acusações sobre ataques ao sistema democrático.
O caso permanece em análise no Supremo Tribunal Federal com acompanhamento da sociedade civil. As próximas audiências devem esclarecer outros aspectos da investigação sobre tentativa de golpe.