CNJ lança protocolo para julgamento com perspectiva racial

Há 1 ano
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O Conselho Nacional de Justiça aprovou um protocolo inédito para julgamentos com perspectiva racial, orientando o Judiciário a reconhecer e enfrentar os impactos do racismo estrutural nas decisões judiciais. Relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, o documento destaca a importância de medidas que garantam maior equidade e inclusão na condução dos processos.

O protocolo estabelece diretrizes práticas divididas em três pilares: formação continuada para juízes e servidores sobre racismo e equidade racial; monitoramento de dados relacionados a gênero, raça e identidade de gênero; e supervisão correicional para identificar padrões discriminatórios e vieses nos julgamentos. Além disso, o documento detalha conceitos de racismo estrutural, fornece orientações processuais específicas e propõe estratégias de capacitação e avaliação contínua.

Para o ministro Barroso, a iniciativa é essencial para a democracia e para a reparação de desigualdades históricas.

“Uma democracia plena exige a participação em igualdade de condições de toda a população. Este protocolo contribui para superar as barreiras impostas pelo racismo e promover um Judiciário mais justo”, afirmou.

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por magistrados, acadêmicos, representantes do Ministério Público, Defensoria Pública e sociedade civil. Dividido em cinco partes, o protocolo abrange desde conceitos fundamentais, como racismo estrutural e vieses implícitos, até diretrizes práticas para aplicação em diferentes áreas do Direito, como trabalho, penal e civil. Inclui ainda estratégias de implementação, como capacitação contínua e monitoramento de resultados.

Para a juíza auxiliar Karen Luise Vilanova Batista de Souza, o protocolo é fundamental para que o Judiciário cumpra seu papel constitucional de promover justiça e igualdade. 

“Garantir que todas as pessoas, independentemente de raça, tenham acesso equitativo à Justiça é indispensável para o desenvolvimento sustentável e a diversidade do país”, afirmou. O protocolo prevê, entre outras medidas, formação obrigatória para servidores do Judiciário, monitoramento contínuo de práticas e supervisão de padrões discriminatórios.

Autor

Leia mais

STF retoma julgamento sobre acordo da Eletrobras e analisa benefícios fiscais de agrotóxicos

Há 4 minutos

Justiça anula acordo que retirava mais de 1 hora da jornada de trabalho de mineradora

Há 3 horas

TST suspende desconto em aposentadoria de procurador que recebeu dinheiro por engano

Há 4 horas

Irmãs de trabalhador morto em acidente conseguem indenização na Justiça

Há 4 horas
Jorge Messias, Advogado Geral da União

AGU pede que Gilmar Mendes reconsidere decisão que restringe pedidos de impeachment contra ministros do STF

Há 9 horas
dinheiro apreendido no carro do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar

PF apreende mais de R$ 90 mil no carro de Rodrigo Bacellar durante operação no Rio

Há 9 horas
Maximum file size: 500 MB