Por Carolina Villela
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou nesta segunda-feira (15) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando autorização para realização “urgente de procedimento cirúrgico”. O pedido é acompanhado de novos laudos médicos que apontam a necessidade de herniorrafia inguinal bilateral em regime de internação hospitalar, sob anestesia geral, com permanência estimada entre cinco e sete dias.
Os advogados argumentam que o estado de saúde do ex-presidente se agravou desde a última manifestação da defesa, com evolução objetiva e comprovada do quadro clínico. A petição reforça ainda o pedido de prisão domiciliar humanitária, alegando incompatibilidade do ambiente prisional com a condição de saúde do sentenciado. Segundo o relatório médico anexado, os sintomas de dor e desconforto na região inguinal se intensificaram devido às frequentes crises de soluço, elevando o risco de encarceramento ou estrangulamento intestinal.
Exames confirmam diagnóstico de hérnias bilaterais
No domingo (14), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, foi realizada ultrassonografia da parede abdominal e das regiões inguinais nas dependências da Polícia Federal. Segundo a defesa, o laudo confirmou o diagnóstico de hérnias inguinais bilaterais.
De acordo com os advogados, a partir do resultado do ultrassom, o médico responsável pelo acompanhamento de Bolsonaro, Dr. Claudio Birolini, elaborou novo relatório médico no qual reitera a necessidade de realização do procedimento cirúrgico. O documento registra que os episódios recorrentes de aumento da pressão intra-abdominal têm agravado o quadro.
O relatório médico registra ainda a intenção de realização de bloqueio anestésico do nervo frênico, como medida terapêutica complementar ao tratamento dos soluços incoercíveis, patologia que já se encontra documentada nos autos e que contribuiu para intercorrências clínicas recentes. Os médicos destacam que se trata de quadro que não apenas recomenda, mas exige intervenção cirúrgica programada.
Defesa alerta para risco de cirurgia emergencial
A defesa argumenta que a permanência de Bolsonaro em regime fechado, sem acesso contínuo e adequado aos cuidados médicos de alta complexidade, representa risco concreto à sua integridade física. Segundo a petição, a confirmação diagnóstica da hérnia inguinal bilateral com conteúdo intestinal e a indicação médica formal de cirurgia imediata tornam mais evidente essa ameaça.
Os advogados alertam que, se as hérnias não forem tratadas de forma planejada, há risco de encarceramento ou estrangulamento intestinal, hipóteses que demandariam cirurgia de emergência com riscos exponencialmente maiores. A realização do procedimento de forma programada, em ambiente hospitalar adequado, com acompanhamento pós-operatório e fisioterapia motora, é apresentada como indispensável.
Pedido de remoção para hospital e prisão domiciliar
Na petição, os advogados requerem que o ministro Alexandre de Moraes autorize, com a máxima urgência, a remoção de Bolsonaro para o hospital indicado no relatório médico, para que seja submetido ao procedimento cirúrgico de herniorrafia inguinal.
Além disso, os advogados pedem que os novos elementos médicos sejam considerados como reforço autônomo e superveniente do pedido de prisão domiciliar humanitária, já deduzido e pendente de apreciação. A argumentação é que o quadro de saúde de Bolsonaro é incompatível com o cumprimento da pena em estabelecimento prisional.
A petição reforça que o estado de saúde do ex-presidente é grave, complexo e progressivamente debilitado, conforme já demonstrado nas manifestações anteriormente protocoladas. A defesa aguarda agora a decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre os pedidos de autorização para cirurgia e de prisão domiciliar humanitária.



