Além da advogada e influenciadora digital, a decisão beneficia outras 17 pessoas alvos da Operação Integration. Todas elas devem cumprir medidas cautelares, como não mudar de endereço sem autorização judicial prévia, não se ausentar da comarca onde residem sem autorização judicial, não praticar infrações penais dolosas, apresentar-se regularmente ao juízo da 12ª Vara Criminal da Capital e estão proibidas de frequentar as empresas investigadas na operação.
Deolane foi presa após a deflagração da operação que investiga lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais. Ela estava na Colônia Penal Feminina de Buíque, desde o último dia 10. A influenciadora chegou a ter um outro habeas corpus concedido, mas foi revogado por não cumprir as medidas cautelares.
Em julho deste ano, Deolane abriu uma empresa de jogos online, a Zero Um Bet. O capital social declarado é de R$ 30 milhões. A advogada Adélia Soares, que representa a influenciadora, negou que a empresa seja alvo das investigações.
Em uma nota de esclarecimento publicada nas redes sociais, a defesa afirmou que a Zero Um não foi mencionada nos autos do inquérito. “A Zero Um, desde sua abertura, nunca recebeu ou transferiu qualquer valor, e sequer possui conta bancária. A empresa possui licença devidamente concedida por Curaçao, assim como as demais bets que operam no país. A mãe de Deolane Bezerra não é, e nunca foi, parte da administração dessa empresa. O capital social de R$ 30 milhões declarado na abertura da empresa está em total conformidade com a Lei nº. 14.790/2023, que estabelece o capital mínimo para a solicitação da licença nacional, a qual já foi requerida pela Zero Um”, diz a nota.
Em nota enviada ao HJur, a advogada Adélia Soares afirmou que a investigação é sigilosa e que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas. Disse ainda que “tudo será esclarecido e que a inocência das investigadas será comprovada”.
Deolane e a mãe dela foram presas na quarta-feira (04/09), em Recife (PE), durante a operação “Integration”, que investiga um esquema de lavagem e ocultação de dinheiro envolvendo empresas de jogos online, as bets.
A operação foi deflagrada em conjunto com as forças policiais de São Paulo, Pernambuco, Paraná, Paraíba e Goiás. A influenciadora estava em Recife para visitar a família.
De acordo com a polícia civil, as investigações começaram em 2023 e apontam que a quadrilha usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio, seguros e outras para lavagem de dinheiro feita por meio de depósitos e transações bancárias.
Segundo os investigadores, foram apreendidos carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações. A Polícia Civil solicitou ainda o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. Também foi determinada, pela 12ª Vara Criminal da Comarca de Recife, a entrega de passaporte e a suspensão do porte de arma de fogo dos investigados.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil do Rio de Janeiro começou a investigar a relação da influenciadora com traficantes do Complexo da Maré, após ela postar vídeo em sua conta no Instagram com o cordão de ouro do chefe do tráfico da favela, Thiago da Silva Folly, o TH.
Em 2022, Deolane foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de ter relação com a Betzold, empresa de apostas esportivas na internet, investigada por “crime contra a economia popular e associação criminosa”.