Por Carolina Villela
Em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (13), o tenente-coronel Mauro Cid negou ter pedido passaporte português para deixar o País. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro foi ouvido pelos investigadores na sede da PF em Brasília por quase três horas.
Mais cedo, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão e teve o pedido de prisão preventiva revogado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A operação investiga uma suposta tentativa de Mauro Cid de obter cidadania portuguesa para fugir do país. O plano teria a ajuda do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que foi preso mais cedo pela PF em casa, no Recife (PE).
Defesa confirma que familiares de Mauro Cid viajaram para os EUA
O advogado de Cid, César Bittencourt, confirmou ao HJur que a família do tenente-coronel tem passaporte português, mas disse que o militar, como já sabia que não podia sair do Brasil, não pediu o documento.
Ainda de acordo com Bittencourt, a esposa e a filha de Cid estão nos Estados Unidos e voltam para Brasília na próxima semana. Elas teriam ido participar de um aniversário de um familiar.
O advogado afirmou que o depoimento foi apenas para prestar esclarecimentos e que “não há nada” contra Mauro Cid. Para ele, tudo não passou de uma tentativa de Bolsonaro de desviar o foco das investigações.
“Não havia nada contra ele! Foi intenção do Bolsonaro que anda assustado”, afirmou Bittencourt.
Mauro Cid nega ter usado perfil da esposa em rede social
O tenente-coronel Mauri Cid também negou à PF ter usado perfis no Instagram para se comunicar com um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o conteúdo de sua delação premiada. As publicações atribuídas à Cid foram divulgadas pela revista Veja.
Em manifestação enviada ao STF, nesta quinta-feira (12), a defesa alegou “total falsidade da matéria e de seu conteúdo afirmando que esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid, pois, ainda que seja coincidente com o nome de sua esposa (Gabriela), não tem nenhuma relação com ela.
O advogado também pediu ao ministro Alexandre de Moraes a abertura de investigação para apurar a titularidade e o uso dos perfis Gabriela R” ou “@Gabrielar702. Por fim, reiterou, mais uma vez, que “Mauro Cid cumpriu todos os termos de sua colaboração premiada, inclusive, quanto ao sigilo e demais cautelares diversas da prisão que lhe foi concedido”.