A analista de sistemas Carla Maria de Oliveira e Souza ajuizou na 13ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo uma ação popular pedindo a inelegibilidade do candidato à prefeitura da capital paulista Pablo Marçal, em caráter liminar. Ela é filha do médico José Roberto de Souza, falecido de Covid em 2022, cuja assinatura foi falsificada e aparece no suposto laudo divulgado por Marçal nas redes sociais para acusar o candidato Guilherme Boulos de uso de drogas,
Na ação popular, Carla pede a tutela de urgência para que Marçal seja declarado inelegível antecipadamente, antes mesmo do fim das eleições. Argumenta como motivo a “prática de crime de falsidade de documento público em sua campanha”, usando uma falsa assinatura como se fosse do seu pai.
Aline Garcia de Souza, irmã de Carla, também já se pronunciou a respeito e mostrou, além de uma tatuagem, outros documentos com a assinatura do médico, que comprovam que a letra não confere com a que está no laudo divulgado por Marçal. Ela disse que o médico, que era hematologista, “jamais se envolveria neste tipo de coisa”.
“Esse documento não faz nem sentido. No cabeçalho está escrito receituário. Receituário de quê? Ele não está receitando nada. Também não tem carimbo e apresenta erros grosseiros de ortografia”, afirmou a analista, que também pretende acionar Marçal com um processo por danos morais.
Decisão do TRE-SP
Neste sábado (05/10), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinou a exclusão imediata de vídeos publicados nas plataformas Instagram, TikTok e Youtube que faziam referência ao laudo. Na prática, a decisão consistiu no acolhimento, pelos desembargadores eleitorais, de pedido judicial de contestação protocolado pela campanha de Guilherme Boulos.
Também foi ajuizada uma notícia-crime pedindo à Justiça a prisão de Marçal e outras iniciativas como apreensão e quebra de seus sigilos telefônico e telemático.
Boulos, além das medidas judiciais contra o adversário, declarou que o dono da clínica do falso documento que o calunia, gravou um vídeo com Pablo Marçal, no qual se apresenta como seu apoiador. E ressaltou que Pablo Marçal “responderá e arcará com as consequências deste ato em todas as instâncias da Justiça”.
Marçal, por sua vez, não se manifestou a respeito do episódio até o final da manhã deste domingo (06/10).