Instagram suspende perfil de influenciador após denúncia de exploração de menores e MPF investiga o caso

Há 2 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Da redação

O Instagram desativou na sexta-feira (8) o perfil do influenciador paraibano Hytalo Santos, que contava com mais de 17 milhões de seguidores. A medida ocorreu dois dias após o youtuber Felca publicar um vídeo viral denunciando a suposta exploração sexual de menores de idade em conteúdos digitais produzidos pelo criador de conteúdo.

A conta de Kamylinha, adolescente de 17 anos que integra a “Turma do Hytalo”, também foi removida da plataforma. Juntos, os perfis somavam mais de 28 milhões de seguidores e geravam milhões de visualizações diariamente.

Vídeo de denúncia viraliza nas redes

Na quarta-feira (6), o youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, publicou no YouTube o vídeo “Adultização”, que já ultrapassou 25 milhões de visualizações. Durante 50 minutos, ele apresenta casos de exposição inadequada de crianças e adolescentes na internet, focando especialmente no influenciador Hytalo Santos.

Felca exibiu trechos de conteúdos onde menores aparecem em situações consideradas impróprias, incluindo danças com conotação sexual, uso de roupas provocativas e perguntas íntimas. O youtuber destacou particularmente o caso de Kamylinha, alegando que ela vem sendo explorada desde os 12 anos de idade.

“Hytalo percebeu que quanto mais expunha Kamylinha, em todos os sentidos, maior era o retorno em números de visualizações”, afirmou Felca no vídeo, classificando o material como “nefasto” e um “circo macabro”.

Ministério Público já investigava o caso

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) investiga Hytalo Santos desde novembro de 2024, com dois procedimentos abertos em João Pessoa e Bayeux. As investigações foram iniciadas após denúncias recebidas pelo Disque 100 e um pedido formal do Conselho Tutelar de Bayeux.

A promotora Ana Maria França confirmou que há procedimentos na Promotoria de Justiça apurando as denúncias contra o influenciador digital. A investigação analisa se o conteúdo veiculado nas redes possui teor sexual, violando assim o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Os procedimentos verificam as idades dos jovens que aparecem nos vídeos, o tipo de conteúdo publicado e a relação dos adolescentes com o influenciador. A investigação também examina a conduta dos pais dos jovens, que em alguns casos autorizavam a participação nos conteúdos.

Defesa nega acusações

A equipe jurídica de Hytalo Santos nega veementemente as acusações. Em nota oficial, os advogados afirmaram que não existe denúncia formal contra o influenciador e que as alegações têm origem em “ataques falsos feitos por internautas para prejudicar sua imagem”.

O influenciador, de 26 anos, natural de Cajazeiras, interior da Paraíba, também se manifestou publicamente. “Na minha casa têm minhas crias que passam boa parte do tempo comigo e boa parte com as mães. As mães sempre acompanharam tudo”, declarou Hytalo, ressaltando que as principais adolescentes mencionadas nas denúncias já são emancipadas.

Hytalo ganhou fama na internet com vídeos de dança, especialmente brega funk, e ficou conhecido por liderar um grupo de jovens criadores de conteúdo, que chama de “Turma do Hytalo” ou “filhos”. Estes adolescentes, muitos menores de 18 anos, vivem parcialmente em sua residência e participam regularmente de seus conteúdos.

O caso levanta questões importantes sobre a responsabilidade das plataformas digitais na proteção de menores e sobre os limites éticos na produção de conteúdo envolvendo crianças e adolescentes.

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