Juiz federal do DF condena Filipe Martins por gesto racista

Há 9 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O juiz David Wilson de Abreu Pardo, da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, condenou nesta terça-feira (17.12) o ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência da República Filipe Martins — que atuou na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro — pelo crime de incitação a preconceito racial durante uma sessão virtual no Senado, em 2021.

A condenação foi de dois anos e quatro meses de prisão, mas substituída por 850 horas de serviço comunitário e o pagamento de 14 parcelas mensais de R$1 mil para uma instituição social que será escolhida pelo magistrado, além de indenização de R$30 mil por danos morais coletivos.

O gesto de Martins, transmitido pela internet e pela TV Senado na época, segundo a investigação feita no curso do processo que apurou a denúncia contra ele, é conhecido como White Power. Remete a um grupo racista que defende a supremacia branca. Na ocasião, o assessor simulou arrumar a lapela do blazer, quando fez o gesto.

Em sua sentença, o magistrado afirmou que a ação de Martins “afeta o autorrespeito e a dignidade dos indivíduos” e tem um “significado gravoso da supremacia branca, nas complexas circunstâncias sempre lembradas, que dissemina ataque não verbal a pessoas e grupos sociais historicamente vulnerabilizados no Brasil, fortalecendo a narrativa contra essas pessoas e grupos sociais de que eles não estão incluídos”.

Prisão revogada

Em fevereiro passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes decretou a prisão preventiva de Martins, dentro da operação Tempus Veritatis. 

Deflagrada pela Polícia Federal, a operação investiga a existência de uma organização criminosa no alto escalão do governo Bolsonaro que teria se preparado para uma tentativa de golpe, com o objetivo de manter o ex-presidente no poder e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.

Em agosto, Moraes revogou a prisão, em atendimento a um pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR), que apontou a inexistência de motivos para a manutenção da prisão. 

Autor

Leia mais

TST mantém condenação do Vasco por irregularidades na contratação de jovens

TSE vai empoderar eleitor no pleito de 2026

Presidente da OAB Nacional contesta Fernando Haddad sobre precatórios

Motta anuncia Paulinho da Força como relator do PL da anistia

Motta anuncia deputado Paulinho da Força como relator do PL da anistia na Câmara

CNJ abre portas para jovens em vulnerabilidade social com programa pioneiro de aprendizagem

Dino nega liminar a Chiquinho Brazão e mantém perda de mandato decidida pela Câmara

Maximum file size: 500 MB