A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema criminoso de descontos irregulares aplicados em aposentadorias e pensões do INSS. Um dos alvos da ação é o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, que teve mandado de busca e apreensão autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações apontam que o esquema teria provocado prejuízos milionários a beneficiários do INSS, com a participação de servidores, intermediários e operadores políticos. Além de Rocha, um assessor parlamentar ligado ao senador também é investigado.
Esquema envolvia descontos indevidos
Segundo a PF, o esquema funcionava por meio de convênios fraudulentos com entidades de classe e associações fictícias que cobravam valores mensais de aposentados e pensionistas. Os descontos eram feitos diretamente na folha de pagamento, sem autorização expressa dos beneficiários.
Ao todo, a operação desta quinta cumpre 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva, em seis estados e no Distrito Federal. A ação tem como base elementos coletados em fases anteriores da investigação, que já identificaram o envolvimento de uma rede estruturada para explorar ilegalmente os repasses do INSS.
STF autorizou medidas contra senador
As medidas contra o senador Weverton Rocha foram autorizadas pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, com base em indícios de envolvimento direto ou indireto em intermediações para manter o esquema funcionando dentro do governo.
A assessoria do senador ainda não se pronunciou sobre a investigação. Rocha, que recentemente vinha se destacando como uma das principais lideranças do PDT, é vice-líder do governo Lula e atua em comissões influentes do Senado.
“Careca do INSS” também é alvo da PF
Outro desdobramento da operação ocorreu no Acre, onde a PF prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de um dos investigados mais antigos do esquema, conhecido como o “Careca do INSS”. A família é suspeita de atuar há anos em fraudes contra a Previdência Social.
As investigações continuam sob sigilo, mas fontes da PF indicam que novas fases da operação não estão descartadas. A expectativa é de que mais nomes da política sejam alcançados, caso as evidências de participação em troca de favorecimento sejam confirmadas.


