STM mantém condenação de oficial por exercício ilegal da medicina

Com voto divergente da nova ministra quanto à pena, STM mantém condenação de oficial do Exército por exercício ilegal da medicina

Há 3 meses
Atualizado quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Da Redação

O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu, por maioria, nesta quarta-feira (1º), manter a condenação de um oficial do Exército Brasileiro a seis anos de reclusão, em regime semiaberto, pelo crime de estelionato contra a Administração Militar. O julgamento ocorreu em apelação criminal relatada pelo ministro Carlos Vuyk de Aquino, que teve o voto acompanhado pela maioria da Corte.

O militar foi responsabilizado por exercer ilegalmente a medicina durante mais de uma década, utilizando registro profissional de terceiros sem jamais ter concluído o curso de graduação. 

Segundo os autos do Inquérito Policial Militar (IPM), a fraude foi descoberta em 2019, a partir de denúncia encaminhada ao Comando Militar do Leste pelo serviço “Disque-Denúncia” da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Única divergência

O voto da nova ministra da Corte, Verônica Abdalla Sterman, empossada na última terça-feira (30/09), foi o único que apresentou divergência e, apesar de vencido, se destacou pelo rigor técnico com que foi apresentado durante a sua primeira atuação como integrante do colegiado. 

A magistrada propôs, com base em critérios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), redução da pena para três anos, dez meses e 15 dias, em regime aberto, com direito de recorrer em liberdade. Apesar de vencido, seu voto foi destacado pela clareza da fundamentação.

Entenda o caso

A denúncia contra o militar de atuar como médico foi feita à Justiça Militar da União em 2019. As investigações constataram que o então capitão usava número de registro no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CREMERJ) pertencente a outro profissional. 

A Universidade Federal Fluminense (UFF) confirmou que o acusado havia iniciado o curso de Medicina em 1995, mas teve a matrícula cancelada por abandono em 2009, sem concluí-lo nem se transferir para outra instituição. 

Funções da profissão

Ainda assim, ingressou no Exército em 2004, como aspirante-a-oficial médico temporário, e passou a ocupar funções privativas da profissão, apresentando documentos falsos.

Entre 2005 e 2019, atuou em hospitais militares do Rio de Janeiro e de São Paulo, chegando a exercer atividades de perícia médica, chefiar setores hospitalares e até cursar pós-graduação lato sensu em radiologia, sempre se passando por médico.

Remunerações indevidas

Um laudo pericial anexado ao processo apontou que, até dezembro de 2016, o réu recebeu cerca de R$ 1,58 milhão em remunerações indevidas, além de gerar prejuízo superior a R$ 316 mil à União com sua formação técnica, valores atualizados até 2020.

No julgamento, o STM restringiu a análise ao período em que o acusado atuou no Rio de Janeiro, entre 2004 e 2016, reconhecendo que ele obteve vantagens financeiras ilícitas e causou danos à Administração Militar. 

As acusações incluíram estelionato (artigo 251 do Código Penal Militar), falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina.

— Com informações do STM

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