Viagens de fim de ano em risco: aeronautas votam acordo até domingo sob ameaça de paralisação

Há 2 horas
Atualizado sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Da Redação

A categoria dos aeronautas inicia nesta sexta-feira, 26, a votação da proposta de acordo coletivo negociada com as companhias aéreas no Tribunal Superior do Trabalho. A assembleia segue até domingo, 28, e a decisão dos trabalhadores definirá se haverá reajuste salarial acima da inflação ou se o risco de paralisações durante o fim de ano permanece.

A votação acontece em momento crítico, com os aeroportos brasileiros registrando grande movimento de passageiros nas festas de fim de ano. A proposta em análise foi construída durante audiência de conciliação realizada na terça-feira, 23, que reuniu representantes das companhias aéreas e dos aeronautas – profissionais que trabalham a bordo das aeronaves, como pilotos e comissários de bordo.

A mediação foi coordenada pelo vice-presidente do TST, ministro Caputo Bastos, que também lidera o Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do tribunal. A aprovação ou rejeição da proposta pelos trabalhadores determinará os rumos da negociação e pode afetar milhões de passageiros que dependem do transporte aéreo.

Proposta prevê ganho real acima da inflação

A proposta em votação mantém as cláusulas discutidas anteriormente e traz mudanças significativas na remuneração dos profissionais. Em vez do abono de 14% previsto na proposta anterior, o acordo agora oferece recomposição integral pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais um ganho real de 0,5%.

Esse percentual de reajuste será aplicado em todas as cláusulas econômicas do acordo coletivo. A única exceção fica por conta das diárias internacionais, que não receberão o mesmo índice de correção.

Vale-alimentação e jornada de trabalho também são contemplados

Além do reajuste salarial, a proposta traz outros benefícios para os aeronautas. O vale-alimentação terá aumento de 8%, valor superior à inflação do período e que representa ganho no poder de compra dos trabalhadores.

Outra mudança importante diz respeito às monofolgas – folgas isoladas durante o mês. A partir da escala de julho de 2026, haverá redução para o limite máximo de duas monofolgas mensais, o que pode proporcionar melhor qualidade de vida aos profissionais com períodos de descanso mais concentrados.

Assembleia define futuro do acordo durante fim de ano

Com a votação em andamento entre hoje (26) e domingo (28), os aeronautas têm três dias para analisar e decidir sobre a proposta. O período coincide com um dos momentos de maior movimentação nos aeroportos, o que aumenta a pressão pela aprovação do acordo.

Caso a proposta seja aprovada pela categoria, os novos valores e condições passarão a valer imediatamente, trazendo os reajustes e benefícios acordados. Se rejeitada, o risco de paralisações volta a preocupar tanto as empresas quanto os milhões de passageiros que dependem do transporte aéreo neste período de festas.

Negociação evita impactos em serviço essencial

A possibilidade de paralisação durante as festas de fim de ano motivou a convocação urgente das partes para a rodada de negociações. Dezembro é tradicionalmente um dos meses mais movimentados nos aeroportos brasileiros, com milhões de pessoas viajando para visitar familiares ou aproveitar as férias.

“A mediação feita pelo TST resguarda os interesses dos trabalhadores e das empresas, mas também de toda a sociedade, que depende de um serviço essencial”, afirmou o ministro Caputo Bastos. A declaração reforça o papel da Justiça do Trabalho como mediadora em conflitos que afetam serviços fundamentais para a população.

O resultado da assembleia será conhecido após o encerramento da votação no domingo e determinará se o impasse entre aeronautas e companhias aéreas chegou ao fim ou se novas rodadas de negociação serão necessárias.

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