O Wall Street Journal divulgou na quinta-feira (17) uma reportagem revelando que Donald Trump enviou uma carta a Jeffrey Epstein em 2003 contendo um desenho de uma mulher nua. O documento fazia parte de um álbum comemorativo organizado para o aniversário de 50 anos do financista, posteriormente condenado por crimes sexuais contra menores. A revelação expôs a proximidade entre o atual presidente americano e Epstein durante o início dos anos 2000.
A matéria intitulada “Os amigos de Jeffrey Epstein enviaram cartas obscenas para um álbum de aniversário de 50 anos. Uma era de Donald Trump” detalha contribuições de diversas personalidades públicas para a celebração. Segundo o jornal, múltiplas figuras enviaram mensagens provocativas ao financista, sendo a assinada por Trump acompanhada de ilustração erótica.
O conteúdo rapidamente se tornou uma das reportagens mais acessadas do site do veículo. A publicação gerou intensos debates sobre as relações históricas entre Trump e Epstein antes das condenações criminais.
Detalhes do álbum comemorativo revelado
O álbum de aniversário representava uma coleção de mensagens e contribuições artísticas enviadas por conhecidos de Epstein. As revelações do Wall Street Journal indicam participação de personalidades do meio empresarial, político e do entretenimento americano. O material estava guardado entre documentos pessoais do financista descobertos após sua morte em 2019.
A carta de Trump, datada de 2003, incluía desenho feito à mão de figura feminina sem roupas. O documento evidencia relacionamento próximo entre os dois homens durante período anterior às investigações criminais. Na época, Epstein mantinha círculo social influente em Palm Beach, Flórida, região frequentada por Trump.
As revelações ampliam o conhecimento público sobre as conexões sociais de Epstein antes de sua queda. Investigações posteriores revelaram extensa rede de relacionamentos com figuras proeminentes da sociedade americana.
Contexto das relações Trump-Epstein
Trump e Epstein mantiveram relacionamento social documentado nas décadas de 1990 e 2000 em círculos da alta sociedade florida. Fotografias e registros públicos confirmam presença conjunta em eventos sociais e propriedades exclusivas. O financista frequentava o resort Mar-a-Lago, propriedade de Trump em Palm Beach.
Em declarações anteriores, Trump minimizou a proximidade com Epstein, alegando relacionamento superficial e distanciamento posterior. Contudo, entrevistas e depoimentos indicam interações mais frequentes do que inicialmente admitido publicamente. A revelação da carta adiciona evidência documental ao histórico de relacionamento.
Epstein foi preso em 2019 sob acusações de tráfico sexual de menores, morrendo na prisão antes do julgamento. Investigações revelaram esquema de abuso envolvendo dezenas de vítimas adolescentes em múltiplas propriedades.
Reação presidencial e desdobramentos
Trump contestou veementemente a autenticidade do material divulgado pelo Wall Street Journal. O presidente classificou a reportagem como “farsa” e ameaçou ação judicial contra o jornal e seu proprietário, Rupert Murdoch. A equipe presidencial foi procurada para comentários na terça-feira (15), respondendo na quarta-feira (16).
“Eu disse a Rupert Murdoch que era uma farsa. Ele publicou assim mesmo, então agora vou processar ele e aquele jornal de terceira”, declarou Trump na plataforma Truth Social. A declaração indica conversas diretas com o magnata da mídia antes da publicação.
Trump anunciou intenção de solicitar judicialmente a liberação dos depoimentos sigilosos do júri no caso Epstein. A procuradora-geral Pam Bondi confirmou que o Departamento de Justiça estava preparado para requerer as transcrições nesta sexta-feira (18).