Centenas de apoiadores de Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília no domingo para demonstrar apoio ao ex-presidente às vésperas de seu julgamento no Supremo Tribunal Federal. A manifestação incluiu caminhada e carreata que partiram da Torre de TV em direção ao condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar no Jardim Botânico, com participação do vereador Carlos Bolsonaro e críticas ao ministro Alexandre de Moraes.
Os manifestantes carregavam bandeiras do Brasil e se vestiam com as cores nacionais, demonstrando apoio ao ex-presidente. Além de Bolsonaro, os atos incluíram críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro do STF.
Carlos Bolsonaro esteve presente no protesto, conforme ele próprio declarou, “em apoio a Jair Bolsonaro e contra as covardias cometidas contra a Constituição”. O vereador do Rio publicou vídeo indicando ter ido à manifestação discretamente, usando capacete em sua motocicleta.
Manifestantes pedem absolvição do ex-presidente
O comerciante Pedro Carlos Sérgio Alcântara expressou esperança na absolvição durante a manifestação. “Nós viemos aqui hoje para dar uma força ao presidente Bolsonaro e espero que esse juiz tenha um pouco de senso, que o Bolsonaro não fez crime nenhum e ele julga o Bolsonaro livre no dia três. Nós estamos pedindo muito a Deus para que isso aconteça”, declarou.
O aposentado Marcos, que não revelou o sobrenome, também manifestou otimismo sobre o resultado do processo. “Esperamos que ele esteja elegível, que esse processo não leve à condenação dele e que seja absolvido”, disse aos repórteres.
A concentração inicial ocorreu na região da Torre de TV, ponto tradicional de manifestações na capital federal. Em seguida, o grupo se dirigiu em carreata até a residência onde Bolsonaro permanece em prisão domiciliar.
Reforço na vigilância da residência de Bolsonaro
No sábado, o ministro Alexandre de Moraes ordenou novas medidas para reforçar a vigilância externa da residência do ex-presidente. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde início de agosto e é monitorado por tornozeleira eletrônica.
As medidas de segurança adicionais foram implementadas considerando a proximidade do julgamento e possíveis manifestações de apoio. A decisão visa garantir o cumprimento adequado das condições impostas pela Justiça.
O ex-presidente permanece na residência no Jardim Botânico aguardando o início do processo judicial. As restrições de movimento fazem parte das medidas cautelares determinadas pelo STF.
Julgamento histórico começa na terça-feira
Bolsonaro será julgado a partir desta terça-feira pela Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros. O processo analisará acusações de conspiração para permanecer no poder após a derrota eleitoral de 2022.
Se condenado, o ex-presidente pode pegar quase quarenta anos de prisão pelos crimes imputados. O julgamento está programado para ocorrer em cinco dias de sessões consecutivas.
A Primeira Turma é formada por Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. O primeiro dia incluirá manifestações da Procuradoria-Geral da República e das defesas dos réus.