O ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou piora clínica em seu quadro de saúde, com elevação da pressão arterial e deterioração dos exames laboratoriais hepáticos, conforme informou o Hospital DF Star em boletim médico divulgado nesta quarta-feira (24). As informações constam de um novo boletim emitido pelos médicos que o assistem. Internado há 11 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o ex-mandatário continua em acompanhamento pós-operatório sem previsão de alta.
Ele chegou a participar anteontem de uma live com os filhos e o ex-piloto Nelson Piquet par promover a venda de capacetes. Em função disso, recebeu ontem a visita de um oficial de justiça que foi citá-lo e intimá-lo a apresentar defesa em cinco dias no processo em que é acusado de chefiar o golpe de 2022/23
Segundo o comunicado, Bolsonaro será submetido hoje a novos exames de imagem para avaliar sua condição. O paciente permanece em jejum oral, recebendo nutrição parenteral exclusiva, enquanto mantém o protocolo de fisioterapia motora e medidas preventivas contra trombose venosa.
Complicações pós-cirúrgicas
A piora no quadro clínico ocorre após Bolsonaro ter sido submetido a uma complexa cirurgia no último dia 13 de abril, que durou aproximadamente 12 horas. O procedimento, considerado pelos médicos como um dos mais delicados já realizados no ex-presidente, foi necessário para tratar uma obstrução intestinal causada por aderências e realizar a reconstrução da parede abdominal.
As complicações atuais representam um revés na recuperação que, até alguns dias atrás, vinha apresentando evolução positiva. No último fim de semana, os boletins médicos já haviam relatado um episódio de alteração na pressão arterial, problema que parecia controlado, mas que agora retornou com maior intensidade.
A equipe médica manteve a recomendação de não receber visitas, medida que visa diminuir riscos de complicações e garantir o repouso necessário para sua recuperação.
Histórico médico complexo
Esta é a sétima intervenção cirúrgica a que Bolsonaro é submetido desde o atentado sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, quando foi esfaqueado em Juiz de Fora (MG). Desde então, o ex-presidente tem enfrentado diversas complicações no sistema digestivo.
De acordo com o médico-chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, Bolsonaro apresentava um “abdome hostil” devido às múltiplas cirurgias anteriores, o que tornava a operação particularmente desafiadora. A previsão inicial era de que o ex-presidente permanecesse internado por pelo menos duas semanas, com uma recuperação total estimada entre dois e três meses.
A obstrução intestinal tratada na cirurgia do dia 13 era resultante de uma dobra no intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal. O quadro se agravou quando Bolsonaro passou mal durante uma agenda no interior do Rio Grande do Norte, poucos dias antes da intervenção.
O atual agravamento do quadro clínico acende novos alertas sobre possíveis complicações, especialmente considerando o histórico médico do paciente. A equipe médica segue avaliando a necessidade de novas intervenções com base nos resultados dos exames que serão realizados hoje.
Leia a íntegra do boletim médico:
