Da redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou nesta terça-feira (12) a criação de uma Comissão Especial destinada a tratar da sexualização de crianças e adolescentes no Brasil. A decisão ocorre após o youtuber Felca denunciar casos de adultização de menores nas redes sociais brasileiras. O vídeo, publicado na semana passada, alcançou milhões de visualizações em poucos dias e teve grande repercussão.
Motta classificou a medida como uma “obrigação moral de qualquer civilização que se pretenda digna desse nome”. Ele enfatizou que existem matérias legislativas que transcendem a urgência, caracterizando-as como “inadiáveis, incontornáveis” e destacando que a proteção da infância deve estar acima de divergências partidárias e ideológicas.
Presidente defende proteção integral da infância
Hugo Motta afirmou ainda, que “proteger a infância não é um favor, é um dever”. O parlamentar ressaltou que essa responsabilidade antecede partidos políticos, ideologias e disputas eleitorais, posicionando-se como uma questão que transcende o debate político tradicional.
“Se nós, como sociedade, não formos capazes de garantir que cada criança viva cada fase da vida com dignidade e respeito, para que serve o Congresso Nacional?”, questionou o presidente da Câmara.
O parlamentar paraibano enfatizou ainda que “uma infância perdida não se recupera”, destacando o caráter irreversível dos danos causados pela exposição inadequada de menores a conteúdos ou situações impróprias para sua faixa etária.
Repercussão de denúncias mobiliza Congresso Nacional
A decisão de criar a comissão especial tem relação direta com a repercussão gerada por um vídeo do youtuber Felca, publicado na semana passada. O conteúdo, que alcançou milhões de visualizações em poucos dias, denunciou casos específicos de adultização de menores nas redes sociais brasileiras.
Felca apresentou acusações contra o influenciador Hytalo Santos, alegando práticas de sexualização de crianças e adolescentes. As denúncias ganharam amplitude nas redes sociais e chamaram a atenção de parlamentares e da opinião pública para a gravidade do problema.
Deputado pede prisão preventiva de influenciador
O caso mobilizou o Congresso Nacional em torno da pauta. O deputado federal Reimont (PT-RJ) protocolou no MPF um pedido de prisão preventiva contra o influenciador paraibano Hytalo Santos, citado nominalmente por Felca. Santos é acusado de lucrar com conteúdos sexualmente sugestivos envolvendo menores, prática que teria motivado a denúncia pública.
Segundo o parlamentar, a prisão é necessária para impedir a continuidade das publicações e garantir a preservação de provas. O MPF avalia se há elementos suficientes para submeter o caso à Justiça.
No Senado, Jaime Bagattoli (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF) apresentaram um requerimento para instalação de uma CPI destinada a investigar influenciadores e plataformas digitais supostamente envolvidos na exploração e sexualização de crianças e adolescentes.