O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, marcou para o próximo dia 10 a segunda audiência de conciliação das emendas de comissões (RP8) e de relator (RP9), conhecidas como orçamento secreto. A audiência deve discutir mecanismos que garantam a transparência e a rastreabilidade dos recursos.
Para a audiência foram intimados a Advocacia-Geral da União (AGU), a Advocacia do Senado e da Câmara dos Deputados, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) – que entrou com a ação – e a Procuradoria-Geral da República (PGR). O Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) também foram convidados a participar.
No despacho, o ministro informa que a finalidade da audiência é verificar item a item as medidas relativas ao cumprimento da decisão do STF de dezembro de 2022, visando à ciência dos andamentos, cronogramas e ações futuras. Dino também pretende que a CGU e a Advocacia-Geral da Câmara e do Senado Federal ratifiquem ou adotem compromissos claros em relação a cada item.
Esses órgãos também deverão apresentar as propostas de reestruturação e reorganização das emendas de comissões e de relator para o exercício financeiro de 2025. Essas propostas devem levar em conta as sugestões apresentadas por terceiros interessados no processo (amici curiae) e os diagnósticos já realizados pela CGU que apontam graves desconformidades na elaboração e execução das emendas RP 8 e RP 9.
Após a audiência, o ministro vai analisar as deliberações pactuadas e apreciar o pedido de retomada parcial da execução das emendas RP 8 e RP 9, especificamente quanto a obras efetivamente em andamento, “desde que com regras adequadas”.
A reunião ocorre no âmbito da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 854, que trata do orçamento secreto. A audiência será às 10h, na sala de sessões da Primeira Turma do STF.