Por Hylda Cavalcanti
O governador Ibaneis Rocha (MDB) mudou a estrutura que tinha montado nessa terça-feira (18/11) para o novo comando do Banco de Brasília (BRB). Após anunciar a demissão do então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, que foi afastado pela Justiça Federal por um prazo de 60 dias para investigações sobre irregularidades na instituição, Ibaneis tinha divulgado nota afirmando que o substituto de Costa seria o servidor de carreira da Caixa Econômica Federal Celso Eloi Cavalheiro.
Nesta quarta-feira (19/11), porém, o governador informou que Celso Eloi assumirá uma das diretorias do BRB e que ficou acertado como indicado para o comando do banco, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Nelson Antônio de Souza. Ao fazer o comunicado, Ibaneis disse que espera dos novos dirigentes “eficiência para fazer o BRB continuar crescendo e apoio total as investigações” que estão em curso.
“Carta branca”
Ele ressaltou, também, que tanto o presidente como o diretor que assumem possuem “carta branca para montar uma diretoria do tamanho que o banco precisa para seguir apoiando a população e o empresariado do DF”.
Mas continuou dizendo que ainda precisa se inteirar melhor sobre os fatos que estão sendo investigados para falar a respeito do que, de fato, aconteceu em termos de irregularidades no BRB. Nelson Souza,o presidente que assumirá, está enviando hoje mesmo os documentos necessários para aval do Banco Central e para ser aprovado, posteriormente, pela Câmara Legislativa do DF (CLDF).
Perfil do novo presidente
Souza é servidor da Caixa Econômica Federal desde 1979. Ele assumiu o cargo de presidente da instituição em 2018, durante a gestão de Michel Temer (MDB). Antes, atuou como presidente do Banco do Nordeste e trabalhou no Desenvolve SP – Banco do Empreendedor do Estado de São Paulo — e Brasilcap. Até ontem, era vice-presidente da Elo.
Todas essas indicações e definições consistem em desdobramentos da Operação Compliance Zero, deflagrada nessa terça-feira (18/11). A Operação investiga esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master e parceria feita entre o Master e o BRB.
Mandados cumpridos
Foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão, de bloqueios de bens e de prisão preventiva. Dentre os presos, estão o dono do Master, Daniel Vorcaro, o ex-sócio Augusto Lima e o tesoureiro, Alberto Félix.
Além disso, foram determinados os afastamentos do então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e do diretor-financeiro do BRB, Dario Oswaldo Garcia Júnior. A operação foi deflagrada um dia após o Master anunciar venda para a Fictor e investidores internacionais.
Nota de Costa
Paulo Henrique Costa está nos Estados Unidos e demorou quase 24 horas para divulgar uma nota a respeito do episódio que pouco explicou sobre as operações feitas entre o BRB e o Master.
O executivo também não explicou os motivos pelos quais está fora do país nem se a viagem tem algum objetivo relacionado ao seu trabalho. Ninguém, nem no Governo do DF nem no BRB, soube informar o motivo da viagem. Ele teve bens seus e dos familiares mais próximos como esposa e filhos bloqueados. Além disso, sua residência passou por ação de busca e apreensão de vários objetos, incluindo jóias, dinheiro em espécie e veículos.



