O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) concedeu liberdade provisória às quatro jogadoras de futebol do River Plate que foram presas em 20.12 após fazerem gestos racistas contra um gandula, durante uma partida contra o Grêmio, no estádio do Canindé, em São Paulo. A decisão é do juiz plantonista Fernando Oliveira Camargo.
Candela Agustina Díaz, Milagros Naiquen Díaz, Camila Ayelen Duarte e Juana Cangaro foram detidas em flagrante por injúria racial. A decisão determina que as atletas argentinas devam pagar uma indenização de R$ 25 mil ao gandula Kayque Rodrigues. O juiz também proibiu as jogadoras deixarem o país em quanto a investigação estiver em andamento.
A defesa das jogadoras argumentou que “não era o momento para exame do mérito das acusações” e disse que a prisão decretada anteriormente carecia de fundamentos. Em nota, declararam que as atletas agora “aguardarão em liberdade o desfecho do inquérito policial”.
No Brasil, a Lei 14.532/2023 equiparou a injúria racial ao crime de racismo, com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa. O crime é considerado imprescritível e não cabe fiança.
Atos racistas contra gandula
O caso ocorreu durante partida entre o Rive Plate e Grêmio pela Ladies Cup, torneio de futebol feminino. Os atos racistas ocorreram após Maria, do Grêmio, marcar um gol de empate no jogo aos 38 minutos do primeiro tempo.
Imagens registraram gestos racistas feitos por ao menos uma das jogadoras do River em direção ao gandula. Após a cena uma grande confusão entre as jogadoras e o gandula. Atletas brasileiras também disseram terem sido alvos das ofensas.
A partida foi encerrada pela arbitragem antes do tempo regular e teve várias expulsões. O clube argentino foi banido da competição por 2 anos.