Por Carolina Vilella
O general Braga Neto está no centro das atenções nesta terça-feira (10), após ser preso no Rio de Janeiro por envolvimento em uma suposta trama golpista. Investigado por participar de articulações para tentar reverter o resultado das eleições de 2022, ele enfrenta acusações graves que envolvem tentativa de abalo institucional e possível conluio com outros agentes públicos e militares.
Detido em unidade militar na capital fluminense, o general está sendo ouvido hoje por videoconferência, diretamente da prisão. O depoimento é considerado um dos pontos-chave da apuração conduzida pela Polícia Federal e pode revelar detalhes sobre o alcance e os nomes envolvidos na tentativa de ruptura democrática. Acompanhe, minuto a minuto, os desdobramentos desse depoimento e o impacto político-militar que ele pode gerar.
18h08 – O ministro Alexandre de Moraes deu início ao depoimento de Braga Netto.
18h09 – Ao ser questionado se já havia sido preso, o ex-ministro da Defesa afirmou que se encontrava preso naquele momento.
18h13 – Sobre a reunião realizada em sua casa, no dia 11 de dezembro de 2022, o general negou que tenha sido um encontro marcado. Disse que Mauro Cid chegou em sua residência com duas pessoas que queriam conhecê-lo e que conversaram cerca de 30 minutos. “Eles saíram juntos da minha casa”.
18h17 – “O coronel Cid faltou com a verdade”, afirmou Braga Netto.
18h18 – Segundo o general, eles discutiram sobre intervenção e assuntos que gostaria de não comentar. No entanto, Braga Netto negou terem falado sobre qualquer operação. “Eles não tinham intimidade para entrar em assunto detalhado comigo, não tocaram em assunto nenhum de operação”, disse.
18h20 – Ele disse que considerou como uma visita de cortesia e negou ter conversado com Mauro Cid posteriormente sobre o tema da reunião.
18h21 – Relatou que foi procurado por Cid para tratar de dinheiro que imaginou ser sobre a campanha e o orientou a falar com o tesoureiro do Partido Liberal (PL).
18h23 – “Não pedi dinheiro pra ninguém e não dei dinheiro para o Cid”, ressaltou Braga Netto.
18h23 – Ele disse que só ouviu falar dos planos Punhal Verde e Amarelo e Copa 22 depois que a mídia publicou.
18h25 – O ex-ministro da Defesa alegou que jamais ordenou ataques a nenhum dos chefes militares.
18h28 – Segundo o general, quando ele deu uma declaração em frente ao Palácio da Alvorada, após as eleições, dizendo que não havia acabado, se referia ao recurso que o PL iria apresentar no TSE e acreditou que “daria alguma coisa”.
18h34 – Braga Netto negou ter entrado em contato com o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid. Segundo seu relato, foi ele quem ligou para falar sobre apoio político ao filho e não conversaram sobre a delação premiada.
18h41 – Disse que sabia do relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral.
18h42 – Relatou que não participou de reuniões em que eram discutidas as urnas eletrônicas.
18h42 – Negou ter ocorrido fraude nas eleições de 2022.
18h43 – “Eu nunca iria participar de um plano que atentasse contra autoridades”, disse ao negar conhecer plano sobre prisões.
18h44 – Esclareceu que, durante a reunião em dezembro, tratou de intervenção militar na segurança pública do Rio de Janeiro.
18h54 – Falta de empatia deles com o presidente devido à doença que ele estava sofrendo.
18h55 – O depoente alegou nunca ter interferido na atuação da polícia em relação aos acompanhamentos.
18h56 – Disse desconhecer o gabinete de crise.
18h56 – Braga Netto afirmou que saiu de Brasília no dia 26 de dezembro. No dia 8 de janeiro, ele passou a manhã na praia jogando vôlei e foi avisado dos atos antidemocráticos pelo filho. “Aquilo pra mim é vandalismo”, disse.
18h57 – Ele negou ter tido contato com os financiadores do acampamento.
18h59 – O general afirmou que visitava o presidente no Palácio da Alvorada após as eleições por uma questão de solidariedade e que atualizava Bolsonaro sobre notícias do país.
19h – O ministro Alexandre de Moraes encerrou a audiência e anunciou que cancelou a medida cautelar que impedia os réus de terem contato. O ministro informou que as defesas têm cinco dias para pedir diligências complementares e apresentar requerimentos.