O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, manteve as prisões preventivas dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes. Os dois foram indiciados no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano também previa, segundo as investigações, os assassinatos de Lula, do vice-presidente, Geraldo Alckmin e do próprio ministro.
A decisão sobre Braga Netto está sob sigilo. Já em relação ao pedido de soltura de Mário Fernandes, na decisão, Moraes ressalta que a defesa “não apresentou qualquer fato superveniente que pudesse afastar a necessidade de manutenção da custódia cautelar, ante a necessidade de resguardar a ordem pública e a instrução processual penal, conforme as circunstâncias concretas evidenciadas nos autos”.
O ministro seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República, que se manifestou contra a soltura de ambos, e rejeitou os pedidos das defesas.
Preso desde o dia 7 de dezembro, no Rio de Janeiro, Braga Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro e candidato a vice na chapa derrotada do ex-presidente. A defesa argumenta que ele não tem histórico de desobediência e pediu a substituição da cadeia por uma pena alternativa.
Fernandes era o número dois da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo Bolsonaro. O militar foi preso em 17 de novembro com outras quatro pessoas.