Por Carolina Villela
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de visita do sogro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está internado no Hospital DF Star, em Brasília, desde o dia 24 de dezembro. A decisão, assinada na terça-feira (30) e publicada nesta quarta (31), ressalta que o regime de custódia em ambiente hospitalar exige medidas excepcionais de segurança.
Na negativa, Moraes destacou as particularidades da situação. “O apenado encontra-se internado em unidade hospitalar, circunstância que impõe regime excepcional de custódia, distinto daquele existente no estabelecimento prisional, submetido às normas próprias do ambiente hospitalar e às orientações médicas”, afirmou o ministro. A decisão considera que o ambiente hospitalar já apresenta desafios próprios para manutenção da segurança do detento.
Quadro de saúde e múltiplos procedimentos
Bolsonaro se recupera de uma cirurgia para correção de hérnias e de procedimentos para bloquear o nervo frênico – responsável pelo controle do diafragma, músculo que atua na respiração. O ex-presidente tem enfrentado crises recorrentes de soluços, que motivaram intervenções médicas sucessivas desde sua internação.
Bolsonaro voltou ao centro cirúrgico na tarde desta terça-feira (30), após apresentar um novo quadro de soluços. Este é o terceiro procedimento para bloquear o nervo frênico e tentar conter as crises. Anteriormente, ele já havia passado pela operação no sábado (27), do lado direito, e na segunda-feira (29), no lado esquerdo.
Para se submeter às intervenções, o ex-presidente deixou temporariamente a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe.
Novo boletim médico indica mais exames
No início da noite desta quarta-feira, um novo boletim médico foi divulgado pelo Hospital DF Star. Segundo o documento, Bolsonaro segue em cuidados pós-operatórios referentes à cirurgia de hérnia inguinal, realizada na semana passada. Os médicos confirmam a realização da complementação do bloqueio anestésico dos nervos frênicos bilaterais, após nova crise de soluços.
O boletim também indica a necessidade de novos procedimentos diagnósticos. “Deverá ser submetido a endoscopia digestiva alta, amanhã (31), para avaliação do refluxo gastroesofágico. Segue em fisioterapia respiratória, terapia de CPAP [aparelho para tratar apneia do sono] noturno e medidas preventivas para trombose”, diz a nota médica.
O ex-presidente tem um histórico médico complexo desde o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral de 2018, que resultou em múltiplas cirurgias abdominais ao longo dos anos.


