O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirou nesta terça-feira (26/11) o sigilo do relatório da Polícia Federal que apura a tentativa de um golpe de Estado em 2022. O ministro também determinou o envio do material à Procuradoria-Geral da República, que vai analisar os documentos e provas contidos no relatório para decidir se apresentará denúncia contra os indiciados.
Na decisão, Moraes manteve o sigilo sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relatório final das investigações da PF aponta a existência de um plano golpista, articulado em 2022, para impedir a posse da chapa eleita – formada por Luiz Inácio Lula da da Silva e Geraldo Alckmin – e manter o então presidente da República no poder. O documento foi apresentado pela PF ao STF na última quinta-feira( 21/11).
Como resultado das investigações, 37 pessoas foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, sendo 25 militares. Entre os indiciados, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva do Exército Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição de 2022 – o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; o policial federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações e Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro.
O plano golpista previa, segundo a PF, as execuções de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, que na época presidia o Tribunal Superior Eleitoral.
Se a PGR apresentar denúncia contra os envolvidos ao STF e o Supremo aceitar, Bolsonaro e os outros investigados se tornam réus.
Veja a integra do relatório.