A Polícia Federal apreendeu R$ 90.840 em dinheiro vivo dentro do carro oficial do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil). A apreensão ocorreu nesta quarta-feira (3), no mesmo dia em que o parlamentar foi preso preventivamente, acusado de vazar informações sobre uma operação que levou à prisão do ex-deputado estadual Thiago Santos, conhecido como TH Joias.
Bacellar foi detido logo após chegar à sede da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, onde teria uma suposta reunião com o superintendente da corporação. A prisão foi decretada no momento de sua chegada.
Dinheiro foi encontrado no carro que levou deputado à sede da PF
A quantia em espécie foi localizada no interior do veículo oficial utilizado pelo deputado no deslocamento até a sede da PF. O dinheiro, somado à apreensão de três celulares, integra o material que será periciado pelos investigadores.
A informação sobre o valor e as circunstâncias da apreensão foi inicialmente divulgada pela TV Globo e confirmada por fontes da investigação.
A ação integra um desdobramento da investigação que apura o envolvimento de políticos com organizações criminosas. Bacellar é suspeito de ter alertado TH Joias sobre a operação que resultaria em sua prisão, ainda em setembro.
Operação cumpre mandados em endereços ligados ao presidente da Alerj
Além da prisão de Bacellar, a PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão. As diligências ocorreram em diferentes locais associados ao parlamentar, incluindo seu gabinete na Alerj, sua residência e seus escritórios políticos.
Também houve busca na casa de Thiego Santos, que está preso desde setembro, acusado de integrar uma rede criminosa ligada ao Comando Vermelho.
A operação marca mais um episódio de tensão entre a cúpula política do estado do Rio de Janeiro e as forças de investigação federais. Rodrigo Bacellar é o atual presidente da Alerj e uma das figuras mais influentes da política fluminense.
Suposto vazamento é peça-chave da investigação
A investigação da PF se concentra na suspeita de que Bacellar teria alertado TH Joias sobre a operação policial que culminaria em sua detenção. O suposto vazamento teria comprometido as ações iniciais da Polícia Federal e expõe um possível elo entre o Legislativo estadual e o crime organizado.
A prisão preventiva foi autorizada com base em indícios de obstrução da Justiça e risco à continuidade das investigações. A apreensão de dinheiro em espécie e de aparelhos celulares pode fornecer novas evidências sobre as comunicações entre os envolvidos.
PF reforça combate à infiltração do crime organizado na política
A atuação da Polícia Federal reforça o foco no combate à presença de organizações criminosas no ambiente político do estado. O caso de Bacellar ganha relevância não apenas pelo valor apreendido, mas pelo cargo ocupado pelo deputado, o que confere ao episódio implicações institucionais.
A Alerj ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão de seu presidente. O caso deve ter desdobramentos nas próximas semanas, com a análise do material apreendido e possível pedido de afastamento do parlamentar.



