Maioria do STF vota para que Serere Xavante responda por associação criminosa

Há 6 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O Plenário virtual do Supremo Tribunal Federal formou maioria para aceitar o aditamento da denúncia , oferecida pela Procuradoria Geral da República, para que José Acácio Serere Xavante responda por associação criminosa na ação penal (AP 2338). O cacique já é réu no STF por incitar os antidemocráticos de 08 de janeiro de 2023. Agora, o Supremo analisa o aditamento da denúncia. O julgamento, no plenário virtual, termina às 23h59 desta sexta-feira (14/03). 

Ao votar pela continuidade da ação penal e pelo aditamento da denúncia contra o cacique, o relator, ministro Alexandre de Moraes, ressaltou a gravidade das condutas. 

“Não existirá um Estado Democrático de Direito sem que haja Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de Direitos Fundamentais e instrumentos que possibilitem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos; consequentemente, a conduta por parte do denunciado revela-se gravíssima e, ao menos nesta análise preliminar, corresponde aos preceitos primários estabelecidos no indigitados artigos do nosso Código Penal, disse Moraes.

A denúncia da PGR aponta elementos da atuação de Xavante. 

“O Sr. José Acácio Serere Xavante, de maneira livre, consciente e voluntária, pelo menos a partir do início do processo eleitoral de 2022 e até o dia 12.12.2022, por meio de mensagens eletrônicas e encontros no acampamento em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, associou-se a centenas de outras pessoas, algumas armadas, praticando atos que se voltavam contra a higidez do sistema eleitoral”, diz a denúncia.

Situação que, segundo a mesma, se agravou depois das eleições. 

“Especialmente a partir das eleições presidenciais o grupo se voltou ao cometimento de crimes de dano qualificado e de deterioração de patrimônio público e tombado, por não se conformar com o resultado do pleito, praticando o crime de associação criminosa armada”. 

Até o momento, acomanharam o relator os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia. O julgamento, no plenário virtual, termina às 23h59 desta sexta-feira (14/03). 

Prisão

Em dezembro do ano passado, o líder indígena Serere Xavante foi preso pela Polícia Federal na fronteira entre o Brasil e a Argentina. A prisão foi determinada pelo STF após o descumprimento de medidas cautelares relacionadas a sua condenação por incitação a atos antidemocráticos.

Em dezembro de 2022, ele foi detido por ameaças a integrantes do STF e por ter invadido o terminal de um aeroporto e convocado pessoas armadas para impedir a diplomação do presidente Lula pela Justiça Eleitoral. O líder indígena foi solto em setembro de 2023 com a condição de usar tornozeleira eletrônica. Mas violou as medidas cautelares e fugiu para a Argentina, em busca de asilo político.

Atos antidemocráticos

Também estão na pauta do plenário virtual outras quatro ações penais contra réus pelos atos antidemocráticos de 8/1, que estão sendo julgadas pela 1° Turma.

Na semana passada, o STF condenou mais 63 pessoas envolvidas na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo. Em 47 Ações Penais analisadas pelo Plenário e 16 pela Primeira Turma, as penas fixadas variam de um ano de detenção, substituído por restrição de direitos, a 17 anos. Os julgamentos foram realizados nas sessões virtuais concluídas em 28/2.

 

Autor

Leia mais

Bolsonaro é levado às pressas para hospital após passar mal em Brasília

STM reduz pena de suboficial da Marinha condenado por importunação sexual no RJ

Dúvida sobre tempo de serviço de aluno-aprendiz ser ou não contado

Dúvida sobre contagem do tempo de serviço de aluno-aprendiz para fins de aposentadoria continua levando ações à JF

A foto mostra o tenente-coronel Mauro Cid em depoimento no Congresso. Ele é uma homem branco com cabelos castanhos.

Moraes nega pedido de Mauro Cid para retirada de tornozeleira eletrônica

Eduardo Bolsonaro, que pode ser processado por campanha de perseguição contra Alexandre de Moraes

PL indica Eduardo Bolsonaro líder da minoria na Câmara para salvar seu mandato

Hugo Motta

Câmara acelera PEC da impunidade e adia discussão sobre anistia

Maximum file size: 500 MB