A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal analisa nesta terça-feira a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o chamado “núcleo 3” da trama golpista. Este grupo é formado por 11 militares das Forças Armadas e um policial federal, acusados de planejar “ações coercitivas”, incluindo um suposto plano para sequestrar o ministro Alexandre de Moraes. Dois desses militares são oficiais-generais e 9 são tenentes-coronéis.
O julgamento representa mais um capítulo da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula. O STF já tornou réus outros 21 acusados de participarem do plano, integrantes de três núcleos diferentes da organização criminosa. O Portal HJur vai transmitir a votação ao vivo. Você também poderá acompanhar minuto=-a-minuto a apresentação das defesas e os argumentos dos ministros da Primeira turma.
Este é o penúltimo grupo a ter a denúncia analisada pelo Supremo. Após o julgamento desta terça, restará apenas a análise da acusação contra o economista Paulo Figueiredo Filho, que atualmente reside nos Estados Unidos.
General comandaria tropas terrestres
Entre os principais nomes do “núcleo 3” está o general da reserva Estevam Theophilo, ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter). Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o militar “aceitou coordenar o emprego das forças terrestres conforme as diretrizes do grupo”.
O policial federal Wladimir Soares também figura entre os denunciados. A Polícia Federal apresentou ao STF, na semana passada, gravações nas quais Soares afirma que estava “preparado para prender” Moraes, que iria “matar meio mundo de gente” e que “não ia ter” a posse do presidente Lula.
A defesa de Soares chegou a solicitar o adiamento do julgamento em razão desses áudios, mas o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, rejeitou o pedido, argumentando que as gravações não fazem parte da denúncia que será analisada pela Primeira Turma.
Plano “Copa 2022” para monitorar ministro
De acordo com a PGR, Soares e os militares Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo “lideraram ações de campo voltadas ao monitoramento e neutralização de autoridades públicas”. Este grupo teria sido responsável pelo plano chamado de “Copa 2022”, que visava monitorar o ministro do STF.
Outros sete militares são acusados de “promover ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe”. São eles: Bernardo Romão Correa Netto, Cleverson Ney Magalhães, Fabrício Moreira de Bastos, Márcio Nunes de Resende Júnior, Nilton Diniz Rodrigues, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e Ronald Ferreira de Araújo Junior.
Em suas respostas à denúncia, todos os acusados rejeitaram as acusações. A análise desta terça pode transformá-los em réus caso a maioria dos ministros da Primeira Turma aceite a denúncia da PGR.