O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu a intervenção federal na Enel, concessionária de energia que atende a região metropolitana de São Paulo. A solicitação ocorre após um novo apagão, que deixou mais de 2,2 milhões de imóveis sem luz na quarta-feira (10). Ao menos 1,4 milhão de consumidores ainda estavam sem energia na manhã de quinta (11). O governador atribuiu o problema à ineficácia do plano de contingência da empresa.
Tarcísio afirmou que o governo estadual está de mãos atadas, já que a competência para regular e fiscalizar contratos de concessão elétrica é federal. A distribuição de energia é responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Governador critica plano de contingência e contrato da Enel
Em evento de entrega de moradias em Carapicuíba, na Grande São Paulo, Tarcísio criticou a lentidão da Enel em restabelecer o fornecimento. “Se a empresa é geradora de caixa, a intervenção funciona, porque o interventor pega o caixa, faz obras e resolve o problema”, afirmou.
Ele destacou que a falha no atendimento mostra que o plano de contingência da empresa não funciona de forma eficaz. Por isso, voltou a se opor à prorrogação do contrato da Enel, que vence em 2028, e sugeriu mudanças no modelo de concessão.
Proposta inclui divisão da área de concessão
Para o governador, a próxima concessão deveria prever a divisão da região metropolitana em duas áreas distintas, o que facilitaria os investimentos e o atendimento. A sugestão surge após reiteradas falhas no fornecimento registradas nos últimos meses.
Tarcísio também apontou que a rede atual precisa ser mais automatizada e que investimentos significativos são urgentes para garantir estabilidade no serviço prestado. Ele destacou que já vem alertando a Aneel sobre os problemas enfrentados com a concessionária.
TCU recomenda que Aneel avalie intervenção
A pressão por uma resposta mais contundente não vem apenas do governo estadual. A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que a Aneel avalie a possibilidade de intervir na Enel São Paulo, diante da recorrência de falhas no serviço e da insatisfação dos consumidores.
Ricardo Nunes diz que número de equipes é falso
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também criticou duramente a concessionária. Em visita à Vila Mariana, na zona sul, ao lado de uma árvore caída, Nunes afirmou que a Enel demorou mais de 30 horas para cortar a energia e permitir a remoção da árvore.
“Podemos afirmar categoricamente que a Enel não tem 1,5 mil equipes nas ruas, como diz. Se tivesse, não estaríamos esperando por desligamentos em vários locais”, declarou.
Enel alega dificuldades técnicas e reforça esforços
Em nota, a Enel afirmou que trabalha para restabelecer a energia de cerca de 1,3 milhão de clientes, o equivalente a 15,6% da base atendida. Segundo a empresa, em algumas localidades os danos foram severos, exigindo reconstrução completa da rede, substituição de postes, transformadores e até quilômetros de cabos.
A empresa reiterou que suas equipes estão empenhadas no atendimento emergencial e que o serviço será normalizado o mais rápido possível.



