solução de conflitos

TST lança cartilha sobre como resolver conflitos  trabalhistas sem ir à Justiça

Há 2 horas
Atualizado quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Da Redação

Imagine resolver um problema trabalhista em semanas, em vez de esperar anos por uma decisão judicial. Essa é a proposta da mediação pré-processual, tema de uma cartilha inédita lançada pela Vice-Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) ontem, 16.  O material, voltado especialmente para advogados, explica de forma prática como funciona esse caminho alternativo para solucionar conflitos entre patrões e empregados.

A mediação pré-processual é um procedimento voluntário oferecido pelo Poder Judiciário que permite às partes chegarem a um acordo antes mesmo de entrar com uma ação na Justiça do Trabalho. O objetivo é transformar o conflito em diálogo, economizar tempo e dinheiro, além de reduzir o número de processos nos tribunais.

O que é a mediação pré-processual

Diferente de um processo judicial tradicional, onde um juiz decide quem tem razão, na mediação pré-processual as próprias partes constroem a solução com a ajuda de um mediador treinado. Esse profissional facilita a conversa, mas não impõe nenhuma decisão.

Por exemplo: um trabalhador demitido que não recebeu todas as verbas rescisórias pode solicitar a mediação. Em vez de esperar meses ou anos por uma sentença, ele se reúne com o ex-empregador em sessões conduzidas por um mediador do Poder Judiciário. Se chegarem a um acordo, o problema está resolvido de forma rápida e com economia de custos advocatícios e periciais.

Regras claras para maior segurança

A mediação pré-processual foi regulamentada pela Resolução CSJT 415/2025, que estabelece procedimentos padronizados e seguros. Isso significa que tanto trabalhadores quanto empregadores e seus advogados têm garantias de que o processo seguirá regras claras, respeitando os direitos de todos os envolvidos.

A resolução assegura que a mediação seja voluntária – ninguém é obrigado a participar ou aceitar um acordo. Além disso, o que é conversado nas sessões de mediação é confidencial, ou seja, não pode ser usado contra nenhuma das partes caso o acordo não seja fechado e o processo judicial seja necessário.

Como funciona na prática

O procedimento é conduzido pelos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Cejuscs), estruturas especializadas presentes nos tribunais trabalhistas. A cartilha explica passo a passo como solicitar a mediação, quais documentos são necessários e quanto tempo costuma durar o processo.

A mediação pode ser individual, quando envolve um trabalhador e uma empresa, ou coletiva, quando abrange grupos de trabalhadores ou sindicatos. Em ambos os casos, o foco é criar um ambiente de escuta e colaboração.

Benefícios para todos os lados

Para os trabalhadores, a mediação representa a chance de receber seus direitos mais rapidamente, sem o desgaste emocional de um processo judicial prolongado. Um exemplo prático: questões como horas extras não pagas, diferenças salariais ou problemas com o FGTS podem ser resolvidas em poucas semanas.

Para os empregadores, o benefício está na previsibilidade e na economia. Um acordo na mediação evita os custos de um processo longo, que pode incluir honorários advocatícios de sucumbência, custas judiciais e, principalmente, a correção monetária e juros sobre valores devidos que crescem com o tempo.

Material acessível e prático

A cartilha foi elaborada com linguagem simples e objetiva, justamente para facilitar o acesso de advogados que ainda não conhecem bem o procedimento. O material responde às perguntas mais frequentes, como “a mediação é obrigatória?”, “quanto tempo demora?” e “o acordo tem validade jurídica?”.

A resposta para a última pergunta é sim: o acordo homologado na mediação pré-processual tem força de decisão judicial e pode ser executado caso uma das partes descumpra o combinado.

Compromisso com a pacificação social

Segundo o TST, a iniciativa reflete o compromisso da Justiça do Trabalho com a pacificação social e a busca por soluções que vão além da imposição de sentenças. A ideia é que empregados e empregadores possam manter relações mais saudáveis, mesmo após conflitos, quando chegam juntos a uma solução negociada.

A mediação também alivia a sobrecarga do Judiciário Trabalhista, permitindo que os juízes se dediquem aos casos que realmente precisam de julgamento.

Como ter acesso à cartilha

O material está disponível gratuitamente para download no site do TST. Advogados, trabalhadores e empresários interessados em conhecer melhor a mediação pré-processual podem acessar a publicação e tirar dúvidas sobre o procedimento.

Para informações adicionais, o Núcleo de Apoio à Conciliação e Políticas Públicas (Nacopp) está disponível pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (61) 3043-3897 e 7792.

Autor

Leia mais

casa da moeda

Acordo da Casa da Moeda garante reajuste de 5,32% e benefícios para trabalhadores

Há 2 horas
Fachada do prédio sede do TST

Penhora de carro é cancelada após comprador provar boa-fé

Há 2 horas
logo da sabesp

TJ-SP anula cláusula de rescisão unilateral de contrato de água e saneamento básico

Há 2 horas
imposto de renda

STJ autoriza dedução de contribuições extraordinárias de previdência no IR

Há 3 horas
Vinícius Gritzbach, empresário que lavava dinheiro apra o PCC

Justiça Militar condena 11 PMs por fazer segurança ilegal de delator do PCC assassinado

Há 7 horas
Técnico da ENEL em uma subestação da concessionária de energia elétrica

Três governos, uma distribuidora: a luta de todos contra a ENEL e ANEEL

Há 7 horas