Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliam que manifestação na Avenida Paulista demonstrou “desespero” e “cansaço” do ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores, segundo o jornal Valor Econômico. O ato reuniu 12,4 mil pessoas segundo a USP, número inferior às manifestações anteriores do grupo político. A mobilização aconteceu dias após Alexandre de Moraes abrir prazo para alegações finais no caso da trama golpista, com julgamento previsto para setembro.
Bolsonaro se defendeu das acusações e pediu apoio para eleger parlamentares em 2026. Governadores aliados participaram do evento que teve ataques diretos ao STF.
Magistrados identificam tom desesperado nos discursos
Para ministros da Corte ouvidos pelo jornal, os discursos tiveram “tom desesperado” segundo avaliações internas. Outro magistrado afirmou que bolsonaristas demonstram “cansaço” em relação às pautas recentes dos atos. As manifestações têm focado na defesa de Bolsonaro e anistia aos condenados pelos atentados de janeiro.
O ex-presidente disse no palanque que poderá ser vítima de “covardia” em eventual condenação pelo Supremo. Ele pediu apoio para eleger 50% dos parlamentares e afirmou que assim “nem preciso ser presidente”.
Pastor Malafaia lidera ataques ao ministro Alexandre de Moraes
Os ataques mais pesados partiram do pastor Silas Malafaia, que chamou Moraes de ditador. Malafaia incentivou manifestantes a chamar o ministro de “assassino” durante o evento. O pastor também criticou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Houve ataques à ministra Cármen Lúcia, chamada de “tirana” pelo senador Magno Malta. A crítica se refere a fala dela durante julgamento sobre responsabilização de plataformas digitais.
Governadores aliados marcam presença no ato político
Participaram da manifestação os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Jorginho Mello, de Santa Catarina, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, também estiveram presentes. A presença de lideranças estaduais demonstra articulação política para eleições de 2026.
O ato ocorreu após Moraes abrir prazo para alegações finais do “núcleo crucial” da trama golpista. A expectativa é que o caso seja julgado em setembro pelo plenário do STF.