Por Hylda Cavalcanti
A cirurgia realizada no ex-presidente Jair Bolsonaro demorou cerca de três horas e correu bem, segundo informaram os médicos responsáveis. No entanto, a equipe comunicou, nesta sexta-feira (19/12), que vai avaliar a possibilidade de um novo procedimento para conter os soluços do ex-presidente.
Após a cirurgia, realizada nesta quinta-feira (25/12), para correção de uma hérnia inguinal bilateral, os médicos informaram que chegaram a pensar em ampliar o tempo previsto para fazer uma intervenção contra as crises de soluço do ex-presidente, mas avaliaram que seria muito invasivo e preferiram aguardar.
A equipe tentará, pelos próximos dias, fazer um tratamento com medicamentos e também ajustes na alimentação de Bolsonaro. Somente se essas alternativas não derem certo é que realizarão o novo procedimento na próxima segunda-feira (29/12) — desta vez, procedimento sem a necessidade de cirurgia.
Tratamento pós-operatório
Conforme informações do início desta sexta-feira, Bolsonaro já iniciou o tratamento pós-operatório, que inclui o uso de analgésicos para controle da dor, sessões de fisioterapia, além de cuidados voltados à prevenção de complicações como trombose venosa profunda e problemas respiratórios.
Bolsonaro deve ficar internado pelos próximos cinco a sete dias e precisará, de acordo com os médicos, estar bem o suficiente para fazer autocuidados antes de receber alta. A cirurgia do ex-presidente foi autorizada no início da semana pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Reforço da parede abdominal
Todas as informações do pós-operatório foram repassadas aos jornalistas pelo médico cirurgião que coordenou os trabalhos, Cláudio Birolini. Segundo ele, foi feito um reforço da parede abdominal e colocada uma tela de material plástico no local. Birolini explicou que os cuidados nos próximos dias serão voltados a analgesia, fisioterapia, dentre outros procedimentos e que o tempo de recuperação será de cinco a sete dias.
Já o procedimento para corrigir os soluços deve ser feito na próxima segunda-feira (29). De acordo com o cardiologia Brasil Caiado, que acompanha Bolsonaro, a decisão teve como objetivo otimizar o tratamento. “Nós optamos por questões de precaução otimizar o tratamento clínico, melhorar a dieta, potencializar toda a medicação e observar nesses próximos dias a necessidade ou não desse procedimento até o tempo de ele responder à medicação”, destacou.
Entenda o caso
Bolsonaro foi internado quarta-feira (24) para a realização de exames e preparo pré-operatório antes da cirurgia para correção da hérnia inguinal bilateral. A hospitalização foi autorizada após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da intervenção médica. A expectativa é de que ele permaneça na unidade médica entre cinco a sete dias.
A cirurgia é considerada eletiva, mas foi indicada para evitar o agravamento do quadro e possíveis complicações. O procedimento é realizado sob anestesia geral e tem como objetivo reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura da região da virilha, onde ocorre o enfraquecimento da parede abdominal.
O ex-presidente está acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Seus filhos, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ), estiveram no hospital pouco antes do início do procedimento. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. Segundo Alexandre de Moraes, a autorização para a internação não interfere na execução da pena.
— Com Agências de Notícias


