Em defesa apresentada ao STF, Bolsonaro pede anulação da delação de Mauro Cid

Há 9 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a denúncia de suposta tentativa de golpe de Estado, apresentada ao Supremo Tribunal Federal, contém 129 páginas. Entre os principais pontos, os advogados alegam que o ex-presidente é inocente e pedem que o caso seja julgado pelos onze ministros do plenário da Corte e não pela Primeira Turma, formada por seis ministros. 

“Parece ser inadmissível que um julgamento que envolve o ex-Presidente da República não ocorra no Tribunal Pleno. E não se diz isso apenas em função da envergadura do caso, do envolvimento de um ex-presidente e de diversos ex-Ministros de Estado”, dizem os advogados.

A defesa pede ainda a anulação da delação do ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e cita dois principais motivos: o vazamento de áudios em que Cid afirmava ter sido coagido a colaborar e depois, quando o relator, ministro Alexandre de Moraes, levantou suspeitas de que ele teria mentido em seus depoimentos.

Os advogados também afirmam que não possuem a íntegra das mídias, o que os impede de conhecer a integralidade das provas. Dizem ainda, que já pediram diversar vezes para sejam disponibilizados todos elementos da acusação, mas recebem a mesma resposta de Moraes afirmando que há “integral acesso aos autos e ao sistema”. 

“O processo está sendo iniciado de forma desigual, porque a defesa deveria ter acesso ao todo e não à parte eleita pela acusação. Depois de muita insistência, há poucos dias vieram aos autos apenas recortes de alguns áudios, colocados em um link criado depois de aberto o prazo para a presente resposta. O recorte disponibilizado serviu apenas para demonstrar que os autos fornecidos não contêm toda a prova produzida”,afirmam os advogados.

Em outro trecho, a defesa afirma que o excesso de documentos teria atrapalhado a defesa: “o intuito [era] de confundir para impedir a compreensão da acusação e, via de consequência, o exercício da defesa”.

Os advogados pediram a convocação de 13 testemunhas, entre elas, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, e reforçaram que Bolsonaro nunca assinou uma minuta golpista nem “ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor o governo constituído depois dele”.

Por fim, pediram mais uma vez, um prazo de 83 dias para elaborar a defesa com o argumento de que a Procuradoria-Geral da República levou o mesmo período para apresentar a denúncia. Esse pedido já havia sido negado por Moraes.

Bolsonaro e outras 33 pessoas foram denunciados pela PGR por crimes como tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. Confira os principais pedidos das defesas dos outros acusados, que também alegam inocência.

Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

A defesa de Mauro César Barbosa Cid, inicialmente, requereu a manutenção de todos termos ajustados no acordo de colaboração premiada, a rejeição da denúncia “por total ausência de justa causa” e , em caso de recebimento da acusação, que ele seja absolvido. 

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – ex- ministro da Defesa

A defesa do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira pediu a improcedência da acusação; a absolvição sumária do denunciado de todas as imputações; rejeição da denúncia, por inépcia e por falta de justa causa; nulidade do processo por cerceamento de defesa, declaração de incompetência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar o caso ou que seja levado ao plenário. 

Mario Fernandes – general da reserva

A defesa do general da reserva Mario Fernandes solicitou autorização para ingresso de computador no sistema prisional militar para traçar estratégias com o acusado, que está preso; a remessa dos autos ao juízo de 1º grau ou que a denúncia seja julgada pelo Plenário do STF.

Alexandre Ramagem – ex-diretor da ABIN

Os advogados do deputado Alexandre Ramagem, ex- diretor da Agência Brasileira de inteligência, pediram a improcedência das acusações e a rejeição da denúncia por ausência de justa causa, já que, segundo a defesa, não há indícios concretos de sua participação na alegada organização criminosa.

Rafael Martins de Oliveira – tenente – coronel do Exército 

A defesa de Rafael Martins de Oliveira, tenente -coronel das Forças Especiais do Exército, pediu o reconhecimento da incompetência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar o caso; a remessa imediata dos autos ao juízo de primeira instância, com a consequente nulidade de todos os atos decisórios praticados nesta ação penal desde o seu início; declaração de impedimento/suspeição do relator, ministro Alexandre de Moraes ou a redistribuição da relatoria a outro ministro que não incorra nas causas de impedimento. 

Autor

Leia mais

A deputada Carla Zambelli, presa na Itália

Por unanimidade, STF mantém decisão sobre perda do mandato de Zambelli

Há 17 horas
O ator Wagner Moura em cena de O Agente Secreto

Wagner Moura rumo ao Oscar? – por Jeffis Carvalho

Há 19 horas
Gestante na pandemia deve receber salário-maternidade

Gestante afastada do trabalho presencial durante a pandemia não pode ter remuneração da época considerada salário-maternidade

Há 19 horas
Fopromontagem mostra Trump e Alexandre de Moraes abraçados

EUA retiram Alexandre de Moraes da lista de sanções e sinalizam degelo diplomático

Há 20 horas
STF julga recurso da PGR que discute prerrogativa de foro

STF julga recurso da PGR sobre manutenção de foro privilegiado após fim de mandato

Há 20 horas
A deputada Carla Zambelli, do PL, do Rio de Janeiro, em discurso na Câmara.

STF tem maioria para confirmar perda de mandato de Carla Zambelli

Há 22 horas
Maximum file size: 500 MB