Por Carolina Villela
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso em regime domiciliar, para que informem se ele tem interesse em receber visitas. A lista inclui o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP/DF) e os deputados federais Marcelo Moraes (PL/RS) e Luciano Zucco (PL/RS).
Moraes destacou que, entre os dias 05 e 06 de agosto, vários pedidos de visitas à Bolsonaro foram protocolados no Supremo.
Filhos, netos e noras foram autorizados a visitar Bolsonaro
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes já havia autorizado que o ex-presidente recebesse visitas dos filhos, cunhadas, netas e netos. Segundo a decisão, não é necessária prévia comunicação à Corte, mas as determinações legais e judiciais fixadas anteriormente devem ser seguidas.
Logo após a permissão de Moraes, o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) visitou o pai na tarde desta quarta-feira (6). Foi o primeiro encontro após a prisão do ex-presidente. Na terça (5), Bolsonaro recebeu a visita do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil.
Entre os aliados que solicitaram autorização para encontrar o ex-presidente, estão os deputados Capitão Alden (PL/BA), Joaquim Passarinho (PL/PA), Domingos Sávio (PL/MG) e a deputada Júlia Zanatta (PL/SC).
O líder do PL na Câmara dos Deputados, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), também pediu autorização à Moraes para visitar o ex-presidente. Inicialmente, o requerimento foi protocolado no processo errado. Após perceber a falha, Sóstenes apresentou a petição na (AP) 2668, que investiga a suposta tentativa de Golpe de Estado.
“A presente solicitação tem caráter estritamente institucional e humanitário, sendo motivada pela relevância do papel público exercido pelo ex-Chefe de Estado e pela atual condição excepcional a que está submetido”, diz o pedido.
Os pedidos ainda são analisados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Prisão foi determinada por descumprimento de medidas cautelares
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada na segunda-feira (04) por “reiterado descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente“. Segundo o ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro vem “ignorando e desrespeitando o Supremo Tribunal Federal” e manteve condutas relacionadas à obstrução da Justiça.
Moraes afirmou que Bolsonaro utilizou redes sociais de seus três filhos e de aliados para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.