STF agenda oitiva de 80 testemunhas em processo contra Bolsonaro e aliados

O Supremo Tribunal Federal definiu cronograma para ouvir mais de 80 testemunhas no processo que investiga tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros dez réus. As audiências começam na próxima segunda-feira e se estendem até o início de junho, com sessões programadas para manhã e tarde.

A primeira fase terá início no dia 19 de maio com testemunhas de acusação. Entre os depoentes estão o ex-governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha e generais como Marco Antônio Freire Gomes.

O cronograma prevê oitivas em turnos distintos para agilizar o processo judicial. As sessões matutinas começam às 8h, enquanto as vespertinas iniciam às 14h ou 15h, dependendo da programação estabelecida.

Defesa de Mauro Cid apresenta oito testemunhas

A defesa do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid, delator do esquema, apresentará oito testemunhas no dia 22 de maio. Entre os depoentes estão militares como João Batista Bezerra e Edson Dieh Ripoli.

Julio Cesar de Arruda foi arrolado tanto pela defesa de Cid quanto pela de Bolsonaro. Essa sobreposição demonstra a estratégia coordenada entre as defesas dos principais investigados.

A oitiva das testemunhas de Cid ocorrerá em sessão única matinal. O horário concentrado sugere que os depoimentos devem ser mais objetivos e diretos.

Alexandre Ramagem e Walter Braga Netto dividem dia de audiências

No dia 23 de maio, a Corte ouvirá testemunhas das defesas de Alexandre Ramagem e Walter Braga Netto. Ramagem, ex-diretor da Abin, apresentará quatro testemunhas, incluindo o delegado Rolando Alexandre de Souza.

Braga Netto, ex-ministro da Defesa, indicou apenas uma testemunha: Waldo Manuel de Oliveira Aires. A estratégia enxuta pode refletir confiança na versão apresentada ou cautela processual.

As audiências do dia 23 terão dois turnos distintos. O período matinal será dedicado às testemunhas de Ramagem, enquanto a tarde focará nos depoentes indicados por outros réus.

Augusto Heleno concentra maior número de testemunhas

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, apresentou o maior número de testemunhas individuais. Seus depoentes estão distribuídos em dois dias diferentes: 23 e 26 de maio.

Entre as testemunhas de Heleno estão o ex-vice-presidente Hamilton Mourão e o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Mourão também foi arrolado pelas defesas de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.

A amplitude das testemunhas de Heleno abrange militares, políticos e ex-ministros. Essa diversidade pode indicar tentativa de construir narrativa abrangente sobre os eventos investigados.

Anderson Torres terá cinco dias de audiências

O ex-ministro da Justiça Anderson Gustavo Torres concentra o maior volume de testemunhas, com depoimentos distribuídos em cinco dias diferentes. As oitivas começam em 27 de maio e se estendem até 2 de junho.

Entre as testemunhas de Torres estão ex-ministros como Paulo Guedes, Bruno Bianco e Ciro Nogueira. A presença de figuras centrais do governo Bolsonaro demonstra a importância estratégica das audiências.

Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, também foi arrolado pelas defesas de Bolsonaro e Paulo Sérgio Nogueira. Políticos como Valdemar Costa Neto e Eduardo Girão completam a lista de depoentes.

Bolsonaro apresenta testemunhas em duas sessões

A defesa do ex-presidente concentrará suas testemunhas em dois dias: 30 de maio e 2 de junho. O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, prestará depoimento isolado na manhã do dia 30.

À tarde do mesmo dia, oito testemunhas falarão em favor de Bolsonaro. Entre eles estão o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e políticos como Gilson Machado.

O cronograma reserva posição de destaque para as testemunhas do principal investigado. A concentração temporal pode buscar criar impacto favorável na reta final das audiências.

Cronograma de Audiências – Processo STF