Por Hylda Cavalcanti
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu com surpresa — e aparente desconhecimento — à prisão provisória do ex-presidente Jair Bolsonaro, detido na manhã deste sábado na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A detenção, que abalou o cenário político brasileiro, pegou o líder norte-americano desprevenido.
Inicialmente, Trump afirmou “não estar sabendo da prisão”. Informado por assessores, limitou-se a dizer que “isso é muito ruim, é uma pena”, evitando qualquer comentário adicional e encerrando o assunto de forma abrupta.
Sanções a ministros do STF
Bastante citado no Brasil desde o início do ano por fazer defesa explícita do ex-presidente Jair Bolsonaro e por ter imposto sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e familiares, com restrições à entrada no seu país, Trump demonstrou que não pretende fazer manifestações em defesa do ex-presidente Bolsonaro e seus filhos.
A declaração, curta e improvisada, além de mostrar que ele não estava atualizado sobre os desdobramentos do caso, divulgado por toda a imprensa internacional, não sugere que ele esteja interessado em ajudar os aliados do ex-presidente.
Advogado de Trump critica Moraes
Por outro lado, em uma rede social, um dos principais advogados de Trump, Martin de Luca, afirmou que Alexandre de Moraes “acabou com a diplomacia de Lula”, mas não citou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro decretada neste sábado.
Luca citou nominalmente o presidente Lula e o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, afirmando que os dois fizeram um trabalho “incansável” para estabilizar a relação com os Estados Unidos e insinuou que Moraes “estragou tudo com uma única decisão”.
Posteriormente, o advogado ainda disse que o comportamento do ministro do STF nas últimas horas representou uma espécie de “afronta” à Casa Branca. Até o fechamento desta edição, porém, não se sabe se a opinião, expressada por meio de redes sociais, manifestou pensamento próprio, ou a posição do governo norte-americano sobre o episódio.
— Com informações das agências de notícias e do jornal O Poder



