Por Hylda Cavalcanti
O Tribunal Superior do Trabalho julgou, este ano, 518.018 ações, número que representa um aumento de 3,1% em relação ao ano passado. A mesma Corte recebeu, de janeiro até 17 de dezembro de 2025, 507.238 processos, número que, por sua vez, representou uma redução de 11% em relação ao total de processos recebidos em 2024.
Mas o Tribunal conclui o ano com um acervo de 661.203 processos. O que, conforme o balanço divulgado pelo presidente, ministro Vieira de Mello Filho, representa um crescimento de 6,5%, apontado como um desafio “que orientará as prioridades do próximo ciclo”.
Ao divulgar o levantamento e encerrar o ano judiciário na Corte trabalhista, o presidente afirmou que o Tribunal avançou “com responsabilidade institucional no cumprimento do nosso papel constitucional, com foco em eficiência, transparência e aproximação com a sociedade”.
Ajuste dos trabalhos
De acordo com o ministro, sua gestão, iniciada em setembro, buscou um “ajuste do trabalho mais organizado, mais eficiente, mais transparente e mais próximo da sociedade”. Ele citou técnicas que têm sido implantadas com vistas a reduzir a chamada “litigiosidade repetitiva”, bem como o aprimoramento dos fluxos de trabalho e o incentivo a soluções consensuais.
Vieira de Mello Filho também destacou a valorização da conciliação, da mediação e da cultura de precedentes, “sempre com absoluto respeito à independência judicial e à qualidade da decisão”. E frisou que tecnologia ocupa papel central nessa estratégia, inclusive com o uso de inteligência artificial.
“A adoção dessas ferramentas será responsável, ética e transparente. “A decisão judicial continuará sendo um ato humano, fundamentado e supervisionado”, frisou. Outro eixo da atuação do TST mencionado pelo presidente e definida por ele como estruturante é a criação da Central de Coordenação de Monitoramento do Trabalho Decente, fruto de acordo de cooperação entre o TST, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Observatório do trabalho decente
A iniciativa prevê a implantação do Observatório do Trabalho Decente, voltado à coleta de dados, ao intercâmbio de boas práticas e à formulação de diretrizes para temas como segurança no trabalho, combate ao trabalho infantil e análogo à escravidão, promoção da igualdade e proteção às novas formas de trabalho.
O presidente ressaltou que essa agenda reafirma a Justiça do Trabalho como “agente ativo de promoção da justiça social, essencial à democracia e à paz social”. “O ano de 2026 será marcado por intenso esforço institucional, com foco na gestão de precedentes e no julgamento de recursos repetitivos, que são julgamentos imprescindíveis para a estabilização da jurisprudência nacional”, destaco ele.
— Com informações do TST


