Carla Zambelli, foragida da Justiça Brasileira, escolheu a Itália para se livrar da prisão

Zambelli na lista vermelha da Interpol: Prisão na Itália depende de decisão governamental

Há 7 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

A deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) tornou-se uma foragida internacional após ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol. Condenada a dez anos de prisão no Brasil por invasão hacker e falsidade ideológica, a parlamentar agora tem alertas emitidos contra ela aos 196 países membros da corporação internacional. Informações como foto e digitais foram repassadas aos sistemas de aeroportos, alfândegas e bancos de dados policiais.

A decisão de prendê-la imediatamente caberá ao governo do país onde for localizada, pois o alerta não funciona como mandado automático. Segundo investigadores da Polícia Federal, Zambelli viajou dos Estados Unidos à Itália antes de ser incluída na lista de procurados.

Legislação Italiana Permite Detenção Imediata

A legislação italiana permite que o “red notice” sirva como base legal para detenção imediata, diferentemente da maioria dos países. Essa possibilidade varia caso a caso e depende da gravidade do crime atribuído ao alvo investigado.

No Brasil, por exemplo, é necessária uma decisão judicial específica para que a ação seja cumprida efetivamente. A partir do alerta vermelho, policiais brasileiros e italianos passam a trocar informações sobre paradeiro e vigilância da parlamentar.

Processo de Extradição Não É Automático

Caso seja presa na Itália, Zambelli passaria por audiência similar à custódia para confirmar ou não sua prisão. O governo brasileiro deve fazer pedido oficial de extradição através do Supremo Tribunal Federal ao Ministério da Justiça.

O Itamaraty seria acionado posteriormente para formalizar a solicitação junto às autoridades italianas competentes. Casos anteriores demonstram que esse processo não é rápido nem garantido.

Precedentes Mostram Complexidade do Processo

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado no Mensalão, foi preso em 2014 e extraditado apenas 18 meses depois. Uma corte de Bolonha chegou a negar sua remoção por entender que ele não podia recorrer da decisão.

O caso de Pizzolato abre precedente perigoso para Zambelli, pois sua dupla cidadania Brasil-Itália não impediu a extradição final. Já o banqueiro Salvatore Cacciola teve tratamento diferente, com a cidadania italiana sendo considerada para negar sua remoção em 2001.

Alternativas Mais Ágeis Existem

Há um caminho mais rápido para trazer fugitivos: o processo de expulsão, usado com o narcotraficante Marcos Roberto de Almeida. Para isso, seria necessário que o fugitivo cometesse crime no outro país, como uso de documento falso.

Até onde se sabe, Zambelli saiu do Brasil com seu passaporte regular em mãos. Para concretizar a extradição, é necessária “dupla tipicidade” – os crimes atribuídos devem ser crimes também no país de destino.

A Justiça europeia costuma avaliar riscos de tortura, condições dos presídios brasileiros e motivação política da prisão solicitada.


Autor

Leia mais

A troca de perfis no STF com a ascensão de Edson Fachin à Presidência

Há 4 horas
Imigrantes venezuelanos na fronteira com o Brasil, em Roraima

ESPECIAL – Juristas e pesquisadores aguardam conclusão de nova política pública brasileira sobre migrações internacionais

Há 6 horas
O advogado constitucionalista Pedro Serrano

A Força da Institucionalidade: Uma entrevista com Pedro Serrano

Há 8 horas
sobras eleitorais

STF redistribui vagas na Câmara com nova regra de sobras eleitorais

Há 10 horas

STF limita poder de comissões provisórias nos partidos políticos em 2025

Há 12 horas
Funcionários trabalhando numa agência dos Correios

TST discute nesta terça-feira dissídio coletivo entre Correios e trabalhadores em greve

Há 13 horas
Maximum file size: 500 MB