Ex-presidente será submetido a nova intervenção no lado esquerdo do corpo após episódio persistente; quadro está relacionado à facada de 2018.
Internado desde a última quarta-feira (24) para tratar uma hérnia inguinal bilateral, o ex-presidente Jair Bolsonaro passará nesta segunda-feira (29), às 14h, por um novo procedimento médico. A intervenção é um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo do corpo. O objetivo é controlar episódios persistentes de soluço, um sintoma recorrente em seu histórico clínico.
A nova aplicação ocorre apenas dois dias após a realização do mesmo procedimento no lado direito. Essa será a terceira vez que o ex-presidente vai ao centro cirúrgico durante esta internação, que ocorre no Hospital DF Star, em Brasília.
Entenda o que é o bloqueio do nervo frênico
O bloqueio anestésico do nervo frênico é indicado para conter soluços crônicos e resistentes a tratamentos convencionais. A técnica consiste na injeção de um anestésico próximo ao nervo que comanda os movimentos do diafragma — músculo responsável pela respiração.
O procedimento é realizado com apoio de ultrassom ou estimulador de nervos, o que permite localizar com precisão o nervo e reduzir o risco de lesões em outras estruturas. Apesar de ser minimamente invasiva, a técnica exige monitoramento intensivo, já que bloqueios bilaterais ou em pacientes com complicações pulmonares podem causar insuficiência respiratória.
Soluços são reflexo de problemas gastrointestinais
As crises recorrentes de soluço de Bolsonaro são relacionadas às consequências da facada que sofreu durante a campanha presidencial de 2018. A agressão causou alterações importantes no sistema digestivo, o que vem provocando episódios frequentes de refluxo, inflamações e soluços resistentes ao tratamento clínico.
Esse tipo de sintoma tem sido relatado ao longo dos últimos anos, inclusive em outras internações do ex-presidente. A nova abordagem busca atenuar o reflexo do diafragma e proporcionar maior conforto ao paciente.
Hérnia inguinal bilateral exigiu cirurgia
A internação atual teve início por conta de uma hérnia inguinal bilateral — condição em que parte do intestino ultrapassa a parede abdominal e forma uma saliência na região da virilha. Esse problema pode causar dor, desconforto ao esforço físico e risco de complicações graves.
No caso de Bolsonaro, a cirurgia foi considerada necessária para evitar situações como o encarceramento da hérnia — quando o conteúdo abdominal fica preso fora da cavidade — ou o estrangulamento, que pode interromper o fluxo sanguíneo e causar necrose do tecido intestinal.
O procedimento cirúrgico inicial foi bem-sucedido, mas o quadro clínico exigiu cuidados adicionais com os soluços, o que levou às intervenções no nervo frênico nos dois lados do corpo


