A foto mostra o presidente do STF, ministro Edson Fachin.

Fachin defende aproximação da Justiça com a população

Há 3 meses
Atualizado terça-feira, 7 de outubro de 2025

Da Redação

O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, defendeu nesta sexta-feira (3/10) uma conexão mais estreita entre a magistratura e a sociedade brasileira. Em palestra durante o 25º Congresso Nacional dos Magistrados Brasileiros, Fachin enfatizou a necessidade de os juízes manterem os pés no chão, mesmo em meio à revolução tecnológica.

“É imprescindível voltarmo-nos ao que é básico. Estamos diante da revolução da tecnologia e da ciência, mas se as cabeças cibernéticas na colmeia digital do mundo contemporâneo andam perto das nuvens, não nos esqueçamos que nossos pés caminham como seres humanos rentes ao chão. Onde as pessoas têm carne e osso, têm necessidades, e onde se realiza a verdadeira humanidade”, afirmou o ministro.

O congresso, organizado pela Associação Brasileira da Magistratura, reuniu mais de dois mil juízes e juízas de todo o país para debater temas como inovação, sustentabilidade, inteligência artificial e os desafios do Poder Judiciário.

Segurança e combate ao crime organizado

Durante seu discurso, Fachin também abordou questões relacionadas às condições de trabalho da magistratura, destacando a importância da autonomia, independência e, principalmente, da segurança dos profissionais. O ministro manifestou preocupação com os impactos das organizações criminosas e da baixa segurança pública no exercício da função judicial.

“Precisamos ter condições sempre, não apenas nos grandes centros, mas nos rincões mais longínquos. Por isso, estamos preocupados com as organizações criminosas e os efeitos nefastos da baixa segurança pública no Brasil que afeta toda a população brasileira e também afeta a magistratura”, declarou.

Como resposta a esse desafio, Fachin anunciou a criação de uma rede de juízes criminais com competência específica para atuar sobre organizações criminosas, a partir da elaboração de um mapa do crime organizado e um pacto para seu enfrentamento.

Alta litigiosidade e compromisso com direitos humanos

O presidente do CNJ reconheceu o desafio representado pelos mais de 80 milhões de processos judiciais em tramitação no país, destacando que esse volume reflete a busca da população por “respostas justas”. Fachin ressaltou que essa alta litigiosidade não deve ser demonizada, mas compreendida como um desafio coletivo da magistratura.

O ministro também defendeu o fortalecimento do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, lembrando que “toda juíza e todo juiz é, também, uma juíza ou um juiz do Sistema Interamericano de Direitos Humanos”.

Em sua fala, Fachin prestou homenagem ao juiz Edinaldo César Santos Júnior, que faleceu em junho deste ano e atuava na Presidência do CNJ. O ministro ainda se colocou à disposição dos magistrados para defender a categoria ao longo de sua gestão.

“Não lhes trago respostas prontas ou pré-fabricadas como se fossem artefatos à venda. Lhes trago muita disposição de trabalho, minha dedicação integral, todas as horas e minutos do dia, para ouvir, dialogar, tomar as decisões corretas”, concluiu.

Além de Fachin, também participaram do evento o ministro do STF Luís Roberto Barroso e os conselheiros do CNJ Alexandre Teixeira e João Paulo Schoucair, entre outros representantes do Poder Judiciário.

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