Valdemar Costa Neto (esq.), presidente do PL.

Valdemar Costa Neto admite que “houve planejamento de golpe”

Há 3 meses
Atualizado segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, admitiu durante evento em São Paulo que “houve um planejamento de golpe” no Brasil, mas negou que tenha ocorrido crime no movimento. Em participação no Rocas Festival, realizado neste sábado em Itu, o cacique partidário de Jair Bolsonaro classificou os atos de 8 de janeiro como “bagunça” e defendeu aprovação de projeto de anistia no Congresso Nacional. As declarações foram feitas durante painel mediado pelo deputado estadual Tomé Abduch, com participação do presidente do PSD, Gilberto Kassab.

“Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente”, declarou Valdemar Costa Neto ao Metrópoles. O dirigente partidário utilizou analogia jurídica para justificar ausência de crime na conspiração. “No Brasil a lei diz o seguinte: se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime”, afirmou.

Presidente do PL minimiza gravidade dos atos de janeiro

Costa Neto desqualificou os eventos de 8 de janeiro de 2023 como simples “bagunça” sem gravidade golpista. “O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe”, declarou o dirigente. Segundo ele, manifestação envolveu apenas “camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente”.

O presidente do PL chegou a sugerir que atos foram organizados pelo Partido dos Trabalhadores para prejudicar oposição. Teoria conspiratória contradiz evidências reunidas pela Polícia Federal sobre participação de lideranças bolsonaristas na articulação dos eventos. Investigações apontam financiamento e planejamento prévio dos ataques às sedes dos Três Poderes.

Valdemar defendeu que após condenação de Bolsonaro pelo STF, estratégia deve focar exclusivamente no Legislativo. “Esquece o Supremo, isso já acabou. Agora nós temos que resolver no Senado e Câmara e aprovar a anistia”, declarou durante participação no evento de luxo do setor equino.

Articulação política visa maioria no Senado em 2026

O dirigente revelou estratégia da direita para eleições de 2026 centrada na conquista do controle do Senado Federal. Costa Neto estimou que campo conservador deve eleger mínimo de 45 senadores para garantir maioria na Casa. Objetivo seria viabilizar tramitação de projetos como anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos.

Valdemar afirmou que PP e União Brasil já confirmaram apoio à anistia para investigados do 8 de janeiro. Dirigente cobrou posicionamento do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, sobre adesão ao projeto. “Marcos, nós elegemos o teu presidente da Câmara, agora você precisa retribuir isso”, declarou Costa Neto.

O presidente do PL também revelou que tem reunião marcada para próxima semana para pressionar Pereira. “Se tivermos esses partidos unidos nós vamos aprovar anistia, pode ter certeza”, garantiu o cacique partidário. Articulação busca construir maioria parlamentar favorável ao perdão dos condenados.

Sucessão presidencial depende de decisão de Bolsonaro

Sobre eleições presidenciais de 2026, Valdemar indicou que apenas três nomes conseguiriam vencer Lula: Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro. Dirigente reforçou que ex-presidente mantém prerrogativa de escolher candidato e vice da chapa conservadora para próximo pleito.

Costa Neto defendeu união de lideranças conservadoras como Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Júnior para viabilizar vitória. Entretanto, inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 pode forçar partido a buscar nome alternativo viável. Tarcísio de Freitas aparece como principal cotado para encabeçar chapa da direita.

O evento em Itu reuniu empresários e políticos do agronegócio paulista em ambiente de luxo. Presença de Kassab junto com Valdemar demonstra articulação entre partidos do Centrão para construir alternativa eleitoral. Ambos defenderam anistia como condição para pacificação política nacional.

Veja abaixo a declaração do presidente do PL

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