JF dsuspende parcialmente cláusulas de acordos com vítimas de Mariana

JF suspende parcialmente cláusulas contratuais firmadas durante acordos com vítimas de Mariana

Há 4 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Da Redação

A Justiça Federal de Minas Gerais suspendeu parcialmente, por meio de decisão liminar, cláusulas contratuais firmadas pelos escritórios Pogust Goodhead e Felipe Hotta Sociedade Individual de Advocacia com vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). 

A decisão foi proferida pela juíza federal substituta Fernanda Martinez Silva Schorr, da 13ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte. Atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF), Ministérios Públicos de Minas Gerais (MPMG) e do Espírito Santo (MPES), além da Defensoria Pública da União (DPU) e Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG).  

Dificuldades para adesão

Todos esses órgãos afirmaram, no pedido, que os contratos continham cláusulas consideradas abusivas que dificultavam a adesão dos atingidos a programas de indenização homologados no Brasil, além de práticas de publicidade que desencorajavam essa participação. 

A juíza ressaltou, em sua decisão, que levou em conta a vulnerabilidade das vítimas e o risco de prejuízo irreparável caso as cláusulas permanecessem em vigor. 

A magistrada afastou cláusulas desses contratos que estabeleciam foro exclusivo no exterior e arbitragem internacional e afirmou que “a imposição de jurisdição estrangeira prejudica o acesso à Justiça, especialmente diante da condição de hipossuficiência econômica e jurídica das vítimas”. 

CDC e cláusulas suspensas

Fernanda Schorr também aplicou ao caso o Código de Defesa do Consumidor (CDC), considerando que “os atingidos atuaram como consumidores e os escritórios como prestadores de serviço”.  

Foram suspensas na decisão, cláusulas dos contratos que previam: a cobrança de honorários sobre indenizações já obtidas no Brasil; o estabelecimento de foro estrangeiro para resolver conflitos e restrições à liberdade de desistência ou acordo por parte das vítimas. 

De acordo com a juíza, as medidas têm como objetivo “estabelecer condições equitativas para os atingidos, garantindo a observância da legislação brasileira e a transparência nas relações contratuais”.

Contratos voluntários, dizem escritórios

Em suas defesas, os escritórios argumentaram que os contratos foram firmados voluntariamente e que a ação buscava enfraquecer uma ação coletiva proposta no Reino Unido contra a BHP Billiton

O escritório Felipe Hotta Advocacia afirmou não ter vínculo societário com o Pogust Goodhead e que sua atuação era eventual. O processo, de Nº 6062724-04.2025.4.06.3800 não teve os autos liberados.

-Com informações da Justiça Federal de Minas Gerais

Leia mais

Agenda climática é “crise de desigualdade” e “tragédia do presente” diz Lula na COP 30

Agenda climática é “crise de desigualdade” e representa uma “tragédia do presente”, diz Lula durante abertura da COP 30

Há 6 horas
STJ autoriza mãe a passar para prisão domiciliar para cuidar de filhos menores e 12 anos

Mãe de quatro filhos pequenos poderá cumprir pena por tráfico em casa, decide STJ

Há 6 horas

STF tem maioria para aceitar denúncia contra Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE

Há 8 horas
Alexandre de Moraes, Ministro do STF

Moraes cobra explicações sobre pedido de desbloqueio de CPF de Daniel Silveira

Há 8 horas
TRF 3 autoriza haitianos que entraram ilegalmente no Brasil a pedirem refúgio

TRF 3 autoriza haitianos que entraram ilegalmente no Brasil na época da pandemia a pedirem refúgio no país

Há 8 horas
Plataforma de petróleo.

ANP impede pagamento indevido de royalties de petróleo a município baiano

Há 8 horas
Maximum file size: 500 MB