S3ede da Caixa Econômica Federal

Governo demite indicados de deputados infiéis após derrota na votação da MP 1303

Há 4 semanas
Atualizado terça-feira, 14 de outubro de 2025

Por Fábio Pannunzio

O governo federal iniciou uma série de demissões de indicados políticos ligados aos 251 deputados que votaram contra a Medida Provisória 1303, apelidada de MP dos impostos. A ação foi determinada diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como forma de reorganizar a base aliada após a inesperada derrota na Câmara dos Deputados.

Movimento mira aliados de parlamentares

Segundo apuração junto a fontes da articulação política do Planalto, a decisão não representa uma retaliação ao Congresso nem aos partidos do centrão, mas sim uma tentativa de reconfigurar a base governista. A ordem do presidente Lula é clara: mapear os parlamentares considerados infiéis e promover a troca de seus indicados em cargos estratégicos da administração federal.

Cargos estratégicos já foram ocupados por novos nomes

Até o momento, já ocorreram substituições em órgãos importantes da máquina pública. Foram trocados:

  • Quatro superintendências regionais do Ministério da Agricultura;
  • Uma diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit);
  • Três diretorias regionais da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba);
  • Uma superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan);
  • Uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal (CEF).

As mudanças fazem parte de um movimento coordenado pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que comunicou previamente o presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre as demissões.

Caixa Econômica teve exceção por indicação de Lira

Apesar da movimentação intensa, o presidente da Caixa, Carlos Antonio Vieira Fernandes, será poupado. Ele é uma indicação do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que se ausentou da votação da MP 1303. Essa ausência foi interpretada como uma tentativa de se manter neutro diante da tensão crescente entre o governo e sua base no Congresso.

Reação à derrota e foco em 2026

A derrubada da MP 1303 foi orquestrada pela oposição e impediu que o governo obtivesse um alívio fiscal para o ano de 2026. O espaço no orçamento seria essencial para a execução de programas sociais que poderiam fortalecer a campanha de reeleição do presidente Lula.

O episódio acendeu um sinal de alerta no Planalto quanto à fragilidade da coalizão governista. A avaliação interna é de que, sem uma base sólida e leal, projetos estratégicos ficarão comprometidos e a governabilidade poderá ser afetada nos próximos anos.

Reorganização como estratégia de sobrevivência

A reconfiguração dos cargos é vista por analistas como um movimento pragmático, típico do presidencialismo de coalizão brasileiro. Ao cortar espaços de influência de deputados que se afastam do governo, Lula busca dar um recado claro: fidelidade será premiada, enquanto a infidelidade terá consequências.

Além de fortalecer a articulação para votações futuras, o gesto também serve como termômetro político para medir o grau de comprometimento dos partidos aliados com os objetivos do governo nos próximos anos.

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