Assinado acordo que garante permanência de 621 famílias no Horto, região do Jardim Botânico do RJ

Há 4 semanas
Atualizado terça-feira, 14 de outubro de 2025

Da Redação

Um acordo histórico assinado na segunda-feira (13) garante a permanência de 621 famílias na comunidade do Horto, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O documento encerra um conflito fundiário que se arrastava há mais de quatro décadas e extingue todas as ações de reintegração de posse movidas pela União desde a década de 1980.

Os imóveis ocupados pelas famílias ficam em área do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). A cerimônia de assinatura lotou o auditório da Escola Nacional de Botânica Tropical e reuniu autoridades dos três poderes, incluindo o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador Luiz Paulo da Silva Araújo Filho, o vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Luís Felipe Salomão, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Marcio Costa Macêdo, o prefeito Eduardo Paes, e o presidente da Associação de Moradores do Horto (Amahor), Fábio Dutra Costa.

Origem da comunidade

A comunidade do Horto começou a se formar no final do século 19, quando o Jardim Botânico permitiu que funcionários morassem em casas construídas dentro do parque. Na época, a região era de difícil acesso para os trabalhadores.

O conflito jurídico teve início nos anos 1980, quando a União passou a mover ações para retomar a área. A solução começou a ser desenhada em 2023, após a Comissão de Soluções Fundiárias do TRF2 admitir o caso como incidente e realizar visitas técnicas e reuniões com a comunidade e órgãos públicos.

O que prevê o acordo

O acordo foi assinado pelo JBRJ, pela Associação de Moradores do Horto (Amahor), pela União, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pela Prefeitura do Rio, pelo Ministério Público Federal e pela Defensoria Pública da União.

Pelo documento, o Jardim Botânico deverá elaborar acordos individuais que garantam a transferência das áreas onde estão as casas. A Prefeitura fornecerá os serviços públicos necessários à comunidade.

Em contrapartida, os moradores assumem compromissos como não vender ou ceder os imóveis, não usar as casas para fins comerciais (exceto prestação de serviços) e não fazer expansões sem autorização prévia. Também deverão cooperar com iniciativas de conservação ambiental e manter as áreas comuns limpas.

Durante o evento, a aposentada Leny Ribeiro Macedo Soares, uma das mais antigas moradoras, assinou o primeiro termo individual. Ela nasceu e foi criada no Horto e trabalhou no Jardim Botânico.

Para o presidente do TRF2, o acordo representa “uma vitória construída passo a passo, que passa para a sociedade uma mensagem de justiça realizada pela via do diálogo”. O ministro Luís Felipe Salomão destacou o valor simbólico da conciliação, alcançada com a união dos três poderes nas esferas federal, estadual e municipal. “A história da comunidade do Horto se confunde com a história do Rio de Janeiro e com a história do povo brasileiro, que é uma história de luta por direitos e por justiça”, afirmou.

Autor

Leia mais

TSE abre trabalhos com posse de ministros e recado da presidente

Com voto de Cármen Lúcia, STF rejeita por unanimidade recurso de Bolsonaro

Há 13 horas

Moraes e Zanin votam para tornar réu ex-assessor acusado de vazar informações sigilosas do STF e TSE

Há 14 horas
PL que endurece crime de estupro de vulnerável vai a votação no plenário do Senado

CCJ do Senado aprova projeto que torna crime toda relação sexual com menores de 14 anos

Há 15 horas
Aeroporto de Montes Claros, MG

Jeffis Carvalho: Empreender é quase uma arte. No interior do Brasil.

Há 15 horas

STF tem maioria para manter condenação de Bolsonaro

Há 15 horas
Apreensão de madeira.

AGU assegura R$ 25,5 milhões em indenização por desmatamento em unidades de conservação no Pará

Há 15 horas
Maximum file size: 500 MB