hugo mota, geraldo alckmin e davi alcolumbre

Alcolumbre e Motta defendem soberania brasileira e evitam citar anistia a Bolsonaro

Há 4 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Os presidentes do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declararam nesta quarta-feira (16) defender a soberania brasileira em reação ao tarifaço anunciado pelo presidente americano Donald Trump. Em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra Gleisi Hoffmann, os líderes do Congresso se alinharam ao governo Lula e evitaram qualquer menção à anistia para Jair Bolsonaro, contrariando as expectativas da família do ex-presidente.

Alcolumbre classificou a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros como “agressão ao Brasil” e afirmou que o Legislativo está comprometido em defender a soberania nacional, os empregos e os empresários. O senador elogiou a liderança do presidente Lula no processo de resposta às medidas americanas.

Em vídeo enviado à imprensa, Alcolumbre demonstrou firmeza na defesa dos interesses nacionais. O presidente do Senado evitou citar a anistia aos golpistas do 8 de Janeiro, cuja aprovação tem sido cobrada pelos filhos de Bolsonaro como condição para reverter o tarifaço.

Câmara apoia retaguarda do Executivo

Hugo Motta seguiu a mesma linha de Alcolumbre, declarando que a Câmara está pronta “para estar na retaguarda do Poder Executivo” e aprovar as ações necessárias. O deputado citou a aprovação da Lei de Reciprocidade, em abril, como exemplo da colaboração entre os poderes.

Motta enfatizou que o Brasil não pode ser levado a “decisões externas” que interfiram na soberania nacional. O presidente da Câmara demonstrou confiança na capacidade brasileira de superar o momento de tensão com os Estados Unidos.

A declaração reforça o alinhamento do Congresso com a estratégia diplomática do governo Lula. A postura contrasta com as expectativas da família Bolsonaro, que esperava apoio legislativo para pressionar por uma anistia ampla.

Isolamento político de Bolsonaro se aprofunda

A posição da cúpula do Congresso aprofunda significativamente o isolamento político de Bolsonaro e seus filhos diante das consequências do tarifaço. Governadores de direita que inicialmente enalteceram Trump mudaram o discurso e agora buscam saídas diplomáticas.

O tarifaço resulta diretamente da ação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, onde se mudou para pressionar o governo americano contra o Supremo Tribunal Federal. A estratégia do deputado licenciado visava obter medidas contra o STF devido à investigação da trama golpista.

Trump citou explicitamente a situação política de Bolsonaro ao anunciar a sobretaxa, afirmando que o Brasil está fazendo “uma coisa horrível” com o ex-presidente. O republicano declarou assistir à “perseguição” contra Bolsonaro “dia após dia, noite após noite”.

Governo rejeita pressão americana

O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que o governo brasileiro considera haver um “equívoco do poder americano” na decisão de impor sobretaxas. Alckmin classificou a medida como “totalmente inadequada e injusta”, destacando o superávit comercial americano em relação ao Brasil.

A posição governamental demonstra firmeza na defesa da soberania nacional, rejeitando qualquer forma de chantagem ou pressão externa. A estratégia busca isolar as demandas da família Bolsonaro do interesse nacional brasileiro.

Alcolumbre elogiou especificamente o empoderamento de Alckmin por parte do presidente Lula no processo de resposta às medidas americanas. A declaração reforça a unidade do governo na condução da crise diplomática.

Congresso busca serenidade na resposta

Os líderes do Congresso defenderam uma resposta serena mas firme ao tarifaço americano. Alcolumbre enfatizou a necessidade de “firmeza, resiliência” e tratamento com “serenidade” da reação brasileira.

A estratégia busca “estreitar os laços” com os Estados Unidos enquanto mantém a defesa intransigente dos interesses brasileiros. O Congresso se posiciona como retaguarda do Executivo nas negociações diplomáticas.

A postura contrasta com as expectativas de setores que apostavam em uma resposta mais agressiva ou na cedência às pressões por anistia. O Legislativo priorizou a defesa da soberania nacional sobre interesses partidários.

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